O conceito de dúvida na pós-modernidade
Duvidar, esse pode ser considerado não apenas um argumento
de Descartes na Idade Moderna, mas sim, um conceito contemporâneo que permeia
nossa vida. Homens “pós-modernos” de Bauman, questionamos tudo ao nosso redor. O
questionamento contemporâneo, contudo, não passa pelo crivo das 4 etapas
proposto por Descartes.
A primeira das peneiras para Descartes é o conhecimento com
clareza sobre algo, só a partir de conhecer muito bem um mote poderia se
adiantar ao próximo passo e aproximar-se da Verdade Real, fato que,
cotidianamente, não nos ocorre: quando, por exemplo, um cidadão menos
favorecido nos aborda, viramos às costas ou simplesmente lhes damos um trocado
para nos livrar da sua presença incomoda, sem darmos importância nenhuma a sua
história de vida ou suas necessidades. Nessa situação fugimos da realidade
social que nos é escancarada.
A segunda constitui em seccionar a dúvida em tantas partes
quantas forem necessárias para seu melhor entendimento. Na vida contemporânea,
por vezes abordamos fatos por apenas uma óptica, somos “unilateralistas”.
A terceira constitui em ordenar os pensamentos de forma a
começar pelos mais simples, contudo, na ótica “pós-moderna”, nossos pensamentos
são tão líquidos e atropelados que não passam por esse ordenamento. Ou,
meramente nós achamos tão bastantes para pular os degraus da construção do
conhecimento.
A quarta constitui uma síntese das demais, porém exigi que
não sejamos omissos. Mas, a omissão tem sido farta. Política e socialmente
temos sidos omissos.
Descartes julga fundamental para a construção do Espírito do
conhecimento um homem que se construa diariamente. Que a partir dos seus
próprios questionamentos posso adubar-se e crescer. Porém, a dúvida do jeito
que tem afetado a sociedade constitui em um método de ignorar aquilo que não deseja-se
acreditar , como as questões ambientais que batem à porta( nunca o aquecimento
global foi tão desacreditado).
O amplo conhecimento construído pela humanidade pode ser
descartado se esse não gerar benefícios para nós próprios (humanidade em
conjunto). O que se cabe realmente questionar na atualidade é: Se conseguimos
mandar seres humanos à lua, por que não conseguimos matar a fome de todos
Por: Tiago Fernando Guedes de Carvalho
1º Semestre Direito Noturno
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