No cenário
do século XIX, época na qual o capitalismo e consequentemente a burguesia vinham
ganhando cada vez mais espaço e surgiam então os conflitos entre burgueses e
proletários, Marx e Engels se destacam como grandes pensadores.
Com
uma visão racional e científica, ambos estudam e analisam o capital e a grande
detentora deste, a burguesia, que teve um papel de extrema importância, colocando
fim ao feudalismo, tornando os meios individuais meios sociais de produção;
posteriormente no Iluminismo, quando
transformou a razão iluminista, que havia rompido drasticamente com o passado, em
uma racionalidade burguesa, visto que ao lutar pelo fim dos privilégios de
classe acabou por criar seus próprios privilégios, até chegar na fase em que
ela se encontrava no século XIX, criando uma sociedade repleta de contradições
(riqueza x pobreza, trabalho x exploração...).
Através
de Marx e Engels o socialismo ganhou novas formas, se distinguindo do
socialismo utópico conhecido até então. Os primeiros pensadores socialistas já
haviam destacado os problemas e desvios da burguesia porém, para eles, o
socialismo aparecia como uma verdade revelada e eles não acreditavam que o
proletariado fosse capaz de agir por si mesmo para pôr fim à exploração.
Grandes exemplos foram: Saint Simon, Charles Fourier e Robert Owen.
Apesar
de reconhecer os avanços e as ideias do socialistas utópicos, Marx e Engels
passam a defender um novo tipo de socialismo, o socialismo científico. Era necessário situá-lo “no terreno da realidade”, desse modo, criam o
Materialismo Dialético, em oposição à Dialética Hegeliana, que apesar de
avançar ao tornar a concepção histórica dialética, separando-a da metafísica
(que tendia a fixidez, ao isolamento e defendia que o positivo e o negativo se excluíam
mutuamente, não podendo existir um meio termo), tinha uma visão histórica idealista,
pois para Hegel “apenas a mente é real e tudo que é racional é real”.
O
Materialismo Dialético buscaria “desvendar as leis do desenvolvimento histórico”,
negando a fragmentação, analisando o TODO, pois acreditavam que as respostas
para os males estavam na História. Defendiam que a luta de classes era a principal
lei histórica, pois em quase todas as sociedades ela havia existido, e que ela
culminava, na luta entre burguesia e proletariado. O Socialismo seria então um
percurso incontornável da história, para tornar a sociedade justa, igualitária,
pondo fim à exploração do proletariado.
A
Dialética Marxista continua sendo um método contemporâneo, destaca-se sua
importância e relação com o Direito, visto que defende uma análise histórica e pautada
no todo para a resolução dos problemas e somente assim, o Direito e a justiça
podem se tornar efetivos. Esse senso histórico e a importância de se olhar o
todo são as bases para as formulações das leis, que buscam resolver os conflitos, os males da sociedade, e devem também ser observados
pelos advogados e juízes em julgamentos, para que estes promovem verdadeiramente a justiça.
Vitória Vieira Guidi – 1º ano Direito Diurno
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