O conhecimento é a razão aliada à dúvida em busca de uma certeza que lançará o homem a respostas seguras sobre as ciências. É um caminho para a sabedoria e para a consciência permeado, claro, por dúvidas e não por parcialidades. Descartes, em "O discurso do método" delega a si mesmo a tarefa de adquirir um conhecimento verdadeiro e útil à vida. Para tal, alterou a relação entre Ciência e Filosofia, Ciência e Metafísica. O conhecimento, então, não consiste em informações imediatas que possam desfazer a realidade, e sim em como a consciência do indivíduo pode afastá-lo do caminho ordinário e fazê-lo construir o seu próprio, tornando-o um ser pensante capaz de estabelecer o saber por meio da dúvida, a qual se estende, também, aos nossos sentidos e às ideias recebidas na infância. Trata-se, portanto, de filtrar conhecimentos metódica e sistematicamente. Ademais, a busca do conhecimento, além de servir ao intuito do questionamento da realidade deve servir para o questionamento de si próprio, a fim de se formar indivíduos autônomos. Dessa forma, esse saber, obtido "dialeticamente", e a razão dão sentido à vida, passando o homem, então, a existir ("eu penso, logo existo") e não mais a viver banalmente. Descartes propõe n'O Discurso do Método muito mais do que desvendar a falsidade (possivelmente) imposta pela cultura e pelo cotidiano: ele propõe que a dúvida é a condição primeira para deixarmos de ser sujeitos passivos, abordando a essência de como se caminhar rumo ao conhecimento, embora "O Discurso do Método" não se resuma a um manual: '(...) o meu desígnio não é ensinar aqui o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas apenas mostrar de que maneira me esforcei para conduzir a minha".
Eric Imbimbo - 1º ano - Direito noturno
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