René Descartes (1596-1650) fora um filósofo de notável contribuição para o pensamento e organização científicos. Seu método cético da aplicação da dúvida constante serviu para denunciar pseudo-ciências e concatenar conhecimentos científicos antes esparsos e desordenados. Agora, esses conhecimentos poderiam complementar uns aos outros e construir estudos mais elaborados. É inegável a importância de seu trabalho numa época em que ainda se acreditava em alquimia e magia e até mesmo hoje.
Duvidar. Questionar. Indagar. Seu método pressupõe tais ações. Mas, de modo metalinguístico, nós devemos nos perguntar: será a própria teoria do autor verdadeira e livre de falhas e falácias? Se tomarmos, por exemplo, a aplicação de seu método, em sua época, a Teoria da Evolução de Darwin seria refutada pelas brechas deixadas pela falta de prova daquele tempo, o que hoje não ocorre. Assim como certas teorias desacreditadas ou em estudo hoje, podem ser tomadas como concretas amanhã, quando a ciência estiver mais avançada e encontrar mais evidências que as comprovem. O relativismo temporal deve ser considerado na aplicação do ceticismo cartesiano.
É irrevogável que Descartes trouxe uma era de maturidade no pensamente científico. Sua teoria deve ser recomendada como um exercício de formação pessoal para um espírito crítico com autonomia de pensamento. Contudo, esse ceticismo não deve ser demasiado intenso; seu livro, o “Discurso sobre o método”, não deve ser seguido a risca em todos os âmbitos, visando evitar extremismos que refutem toda e qualquer teoria sem embasamento no tempo atual, mas que podem ser verdadeiras.
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