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segunda-feira, 24 de março de 2014

A razão cartesiana


            Na busca de achar um instrumento que o levasse à razão pura, o pensador René Descartes desenvolve, em pleno século XVII, um método para a ciência. Partindo da premissa única de que tudo era falso de forma que encontrasse algo ao qual não pudesse negar sua veracidade, Descartes conclui que, embora não possa garantir a existência de nada que o cerca, pode garantir sua própria existência por ser apto a pensar e duvidar de tudo – chegando, então, à máxima “Penso, logo existo”.
            Ainda visando tais premissas incontestáveis, o pensador conclui, através de seu método, que Deus existe, mostrando uma ruptura dos paradigmas nos quais a ciência e a religião eram necessariamente opostos ao utilizar-se de um método científico que não negasse a existência de Deus ou se opusesse à religião, mostrando que fazer ciência não é nada além de investigar a intenção divina e tornar o homem pleno por seguir aquilo a que foi designado.
            Seu método, que consistia na negação, fragmentação e investigação de tudo aquilo que lhe era proposto, tem como fim a razão humana, por vezes obstruída por suas paixões – suas convicções, sentimentos e impulsos. Desta forma, Descartes tenta eliminar ao máximo a dualidade humana que o afasta da razão pura e absoluta, tendo êxito na medida em que sua obra foi responsável por inúmeras descobertas e invenções posteriores.
            Por mais banais e controversos que alguns de seus pensamentos possam ser vistos pelo homem contemporâneo, como a impossibilidade de separar a razão da emoção, ao passo que ambos são intrínsecos ao homem, é válido ressalvar que a sistematização proposta por Descartes foi um marco na história pelo simples fato de romper com diversos dos pensamentos vigentes em sua época, abrindo portas não só no campo da filosofia, mas também à diversas outras ciências.

Júlia Costa Lourenço - Direito Diurno, Turma XXXI

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