Karl Marx expõe
aquele que seria o pontapé inicial de uma teoria que repercutiria por séculos
com uma linguagem acessível. Para que a mensagem contida atingisse a classe
trabalhadora o Manifesto Comunista
foi escrito em caráter simples e com uma leitura de grande fluidez.
Nos capítulos
iniciais é descrita a bravura e o sucesso da burguesia ao enfrentar os senhores
feudais em seu processo de libertação. Libertação das amarras políticas,
culturais e econômicas vigentes no período medieval. Essa libertação e ascensão
burguesa trazem consigo uma doutrina que seria o estandarte para uma real expansão:
o liberalismo como uma possibilidade infinita para a fluidez de novas ideias e
iniciativas. Essa seria a libertação da força produtiva, ou seja, de todo
aquele elemento que interage e intervém no cotidiano da vida em sociedade.
A
burguesia, portanto, constitui uma classe vencedora que conseguiu transgredir e
criar um novo mundo. Um mundo sem limites para a transformação. Porém, a
experiência prática do correr dos anos revelou um extremo dessa capacidade de
se transformar e reinventar: revelou uma necessidade de transformação exigida
pelo capitalismo. É o caso da “destruição criativa” exposta por Joseph
Schumpeter em Capitalismo, Socialismo e Democracia segundo a qual o capitalismo dissolveria
tudo aquilo criado por ele com uma rapidez muito grande, decorrente da sua
necessidade de criação de novos
artefatos a cada ciclo, sendo essa destruição necessária para a sobrevivência e
continuidade do próprio sistema capitalista.
Posto isso, cabe questionar essa “ética do
moderno” da qual os homens não conseguem se desatar e que existe como um princípio
que incita e que nutre a lógica capitalista. De certo modo é válido dizer que a
vitória burguesa a escravizou, a tornou refém de um consumismo não condizente
com a necessidade humana. Um consumismo ofuscante, que torna cegos aqueles ávidos
por seus iPhones 5, 6 e 7.
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