"O fantasma ronda a Europa: o fantasma do comunismo", com essa frase, Karl Marx e Friedrich Engels começam o Manifesto Comunista, obra didática, que tem como principal finalidade mostrar aos operários a nova natureza a que eles estavam sendo submetidos.
De acordo com Marx e Engels, a burguesia, que a partir da revolução capitalista se tornou a classe dominante e opressora, ocupou o lugar inverso, de classe oprimida, durante o período feudal. Dentro de um modo de produção extremamente limitado, como o feudal, em que a circulação de mercadorias era rígida, a burguesia foi aos poucos estabelecendo a sua dinâmica de classes, preconizando a liberdade de produzir. Com sua capacidade de revolucionar constantemente, ela superou as amarras do feudalismo e rompeu com todos os modos de controle feudais, construindo o ideário de sua dominação, o liberalismo, que tornou livre as ações humanas e fortaleceu o ideal burguês de ausência de limites no novo modo de vida.
Emancipadora e libertadora, a burguesia exerce seu domínio através da operacionalização da ciência e da criação de uma civilização. Desse modo, pela primeira vez uma classe domina por meio de procedimentos que não são políticos.
Dentro da ordem burguesa, há uma contradição que limita os poderes do capitalismo. Ao mesmo tempo em que o acesso aos meios e produção é restringido, a produção cresce a cada dia, gerando uma situação insustentável. Segundo Marx, tal insustentabilidade levaria a uma dinâmica de superação pela classe trabalhadora e a uma explosão revolucionária, com o objetivo de destituir os burgueses de sua propriedade, partilhar a produção socialmente e promover a hegemonia operária global.
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