A
obra O manifesto Comunista, 1848, apresenta de modo sucinto a realidade-nova-
da época e suas contradições. Segundo
Marx, as relações produtivas e trabalhistas estão alicerçadas no mercado a fim
de que o Capitalismo possa expandir seus horizontes de dominação. Dentro dessa
problemática, a Ciência Moderna exerce um papel de suma importância: ela é
instrumento de dominação e de transformação do Capitalismo, visto que, ao diminuir
as dimensões espaço-temporais, aproxima os homens da realidade. A burguesia é
vista como uma classe revolucionária, uma vez que ela possibilitou a emancipação humana, isto é, o aumento da capacidade humana de dominar a natureza, o mundo.
“A
burguesia, pelo aperfeiçoamento rápido de todos os instrumentos de produção,
pelos meios de comunicação imensamente facilitados, arrasta todas as nações,
até a mais bárbara, para a civilização”. (...). Pela primeira vez, uma classe
passa a não só exercer domínio político, mas também a buscar tornar todos os
homens semelhantes. Com
isso, a indústria moderna, por sua vez, estabeleceu relações de mercado mundial.
Ocorreu uma interdependência universal.
Analisando essa questão, Marx critica a
burguesia, a qual, embora tenha expandido a capacidade produtiva, limitou a
capacidade de seus principais sujeitos. Apenas uma classe é que se apropria
realmente da civilização, a maioria dos homens somente se submete ao mercado e
ao trabalho. Esse fato se reflete na Modernidade: uma minoria restrita usufrui
de privilégios políticos, econômicos, sociais, enquanto a grande parte da
sociedade é marginalizada e alienada.
Como
toda dinâmica dialética, a qual é composta por formas antagônicas que, ao mesmo
tempo, se complementam, para Marx, é possível incorporar as vantagens do
Capitalismo para se chegar a uma nova realidade da mesma forma que a burguesia
superou o modo de produção feudal a partir do que ele tinha de contraditório. Assim sendo, o autor acredita na
superação do capitalismo pelo operariado. Marx aborda a necessidade de destituir burgueses de sua propriedade para que os produtos
possam ser partilhados por todos e, dessa maneira, ocorra uma revolução
socialista. No entanto, hodiernamente, isso não acontece. A luta de classes
continua, não obstante, elas não alcançam as dimensões aspiradas pelo autor.
Marina Cavalli - Direito diurno
Marina Cavalli - Direito diurno
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