É indiscutível a
importância que as obras e ideias expostas por Marx e Engels causaram na
história mundial. Através do pensamento desses dois grandes autores, os
explorados nutriram sua alma do espírito revolucionário e mais uma vez confiram
na Revolução. Como fica evidente segundo o jornal mural da 19ª Brigata Eusebio
Giambone, dos partisans italianos (1944, apud
PAVONE, 1991, p. 406): “Depois da Revolução Francesa, surgiu na Europa uma
Revolução Russa, e isso mais uma vez ensinou ao mundo que mesmo o mais forte
dos invasores pode ser repelido, assim que o destino da Pátria é realmente
confiado ao povo, aos humildes, aos proletariados, à gente trabalhadora”.
E, embora, a URSS não tenha concretizado as ideias propostas
por Marx e Engels, e talvez por isso tenha falhado, é, portanto, de fundamental
importância o estudo das ideias socialistas e comunistas para o entendimento do
mundo de hoje e da época que ficou conhecida, graças a Eric Hobsbawn, como “Era
dos Extremos”.
Uma das grandes sínteses dessas ideias e também de como elas
foram formadas está no texto escrito por Engels “Do Socialismo Utópico ao
Socialismo Científico”. Nele entendemos como tais ideais foram conquistando os
membros das classes operárias. Pois ao mesmo tempo em que ele reconquistava a
esperança na revolução para atingir os ideais de igualdade e liberdade, que o Liberalismo
havia destruído; possuía um caráter científico, através do materialismo
dialético, que suscitava a possibilidade de ele não ser apenas mais uma utopia.
Infelizmente é impossível saber se a proposta de Marx e
Engels é utópica, pois ela nunca foi aplicada de maneira verdadeira. Mas
podemos tecer duas considerações. A primeira é que a cientificidade do
materialismo dialético fora negada por Karl Popper, pois o fato de a dialética se
utilizar da contraposição de ideias com ideias, sem levar em consideração
evidências, faz com que ela reduza todos os objetos ao antagonismo da antítese,
e o método científico não se valida de antítese e sim de observações do objeto
sem a interferência crítica ou especulação. E a segunda é justamente o fato de
que, embora, essa crítica seja forte ela não prova que o modelo político
proposto por Marx e Engels não seja melhor que os atuais. Portanto, o estudo
desses autores ainda é extremamente válido, ainda mais, para o direito que vem
agindo como importante ferramenta ativista nos últimos tempos em nosso país.
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