Ao propor o socialismo científico, Marx e Engels rompem com o
socialismo utópico, vinculando-o estritamente a realidade e adotando uma visão dinâmica
desse, na qual o comunismo é a etapa final do movimento dialético da história,
propiciado pela “lute de classes”. Para
o marxismo, a história nada mais é do que do que a negação da realidade vigente
e síntese de uma nova por esse processo (“hipótese + desenvolvimento + tese +
dialético = síntese”).
No entanto, a dialética marxista diferencia-se da de
hegeliana ao substituir as “leis históricas” do último pelo “fato histórico”,
valorizando a abstração em detrimento da idealização. Ainda nesse contexto, o
movimento proporcionado pela “luta de classes” tem raízes econômicas, sendo o
modo de produção (o controle das forças produtivas), segundo o materialismo
dialético, a origem dessa luta e o motor por traz das mudanças sofridas por
diferentes sociedades ao longo do tempo; apenas o comunismo, onde esse conflito
estaria ausente, não mais há lugar para o fenômeno dialético.
Portanto, inserido no marxismo, o iluminismo é visto como
parte desse progresso, porém é também, ao dar luz a sociedade burguesa, uma
etapa a ser superada. Tal como a
burguesia tomou da nobreza o controle das forças produtivas, também deve o proletariado
tomá-lo da burguesia; ambos são parte da marcha histórica rumo ao comunismo,
porém, estando um a frente do outro, o
anterior torna-se um obstáculo a ser superado.
Yuri Rios Casseb
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