Uma mesa. Por trás do materialismo
tradicional, uma mesa é simplesmente apenas uma mesa. Mas para o materialismo
histórico dialético há um grande processo em torno da construção da mesa: enxerga-se
o mundo daqueles que trabalharam e se esforçaram para que a mesa fosse construída,
distribuída e vendida à sociedade.
No
desenrolar da Idade Moderna, a burguesia galgou grande crescimento econômico.
No entanto, diferente do mundo atual, ter poder econômico não era sinônimo de
poder político, até que então eclodiu a Revolução Francesa. Desde então, a burguesia,
afirmou-se como detentora do poder político e econômico. Dona do meio de
produção explorava a classe trabalhadora através da mais valia. É nesse
contexto de “opressores” e “oprimidos” que nasce a teoria socialista no século
XIX.
O mundo
nunca experimentou o socialismo científico – aquele vislumbrado por Fredrich
Engels e Karl Marx – o máximo que se atingiu foi o socialismo real – aquela vivenciado
pela URSS. No entanto, segundo Engels um mundo socialista é uma fase inevitável
a humanidade, uma consequência da história, no entanto porque essa fase ainda
não se concretizou, se é que se concretizará? Uma das respostas é que o capitalismo
da época de Émile Zola descrito em o Germinal foi reformulado, não que isso
signifique que todos os operários da atualidade tenham uma vida totalmente
digna, mas é certo que a condição de vida de muitos trabalhadores melhorou graças
a leis que garantissem certos direitos trabalhistas. Ou seja, o capitalismo
permitiu que as classes D, E, F também usufruíssem do “prazer consumista”. No
entanto, não sejamos idealistas em não enxergar a massa dos que ainda são explorados
fisicamente, sexualmente, economicamente.
Um outro
fator interessante a ser discutido também é a dialética. Entende-se por
dialética a existência de um fato - a tese - que em conjunto com a antítese
(algo contrário a tese) formaria uma síntese. Um exemplo histórico é a
existência de Roma (tese) que ao ser invadida pelos bárbaros (antítese) formou
o feudalismo (síntese). Ou seja, o feudalismo é síntese dialética entre o
militarismo, colonato, latim, direito e catolicismo romano com o militarismo,
comitatus, política fragmentada e agricultura de subsistência bárbara.
É muita prepotência
afirmarmos o que o futuro reserva, proferindo qual será o futuro sistema econômico.
No entanto, algo é certo: há uma grande influência da teoria socialista na construção
de um capitalismo reinventado, além do que, não se pode negar o peso que as
ideias de Marx e Engels possuem nas rodas de discussão acadêmica.
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