Metonímia social
Desde a infância somos condicionados a agir e pensar de determinada
forma, nossos impulsos que são considerados inadequados são reprimidos e, sem
que percebamos, somos gradativamente modelados. Émile Durkheim, ciente deste
comportamento da sociedade, tece comentários a respeito da organização da
sociedade e aponta um caminho para se entender os problemas de ordem
individual.
Para Durkheim, estamos presos a pensamentos,
ações e hábitos exteriores à nossa individualidade, devido à coerção
estabelecida pela sociedade. Na maioria dos casos, tal coerção está tão intrínseca
a nós que nem a notamos. E ainda que tentemos violar tal pressão, somos logo
dissuadidos pelas sanções que a acompanham; assim, por exemplo, caracteriza-se
minha relação com o serviço militar obrigatório: Ainda que não deseje cumpri-lo, sinto-me na obrigação de faze-lo,
pois o não cumprimento implicaria uma série de problemas futuros em minha
documentação (sanção).
Assim
sendo, Durkheim mostra que uma vasta gama dos problemas individuais pode ser
explicada se, primeiramente, levarmos em conta os reflexos da coletividade no
indivíduo, expondo, inclusive, que o simples fato de se perceber o quanto as ações
coletivas diferem da natureza individual já é o suficiente para nos abalarmos
emocionalmente.
Fica claro,
portanto, que Durkhein nos auxilia na compreensão da ordem social ao revelar
que somos, de certa forma, reprimidos por padrões sociais que vêm desde a
educação infantil, e que, para que melhor possamos abstrair a problemática
presente em nosso íntimo precisamos enxergar além, buscando entende-la a partir
da sociedade de forma geral; ou seja, desvendar a parte por meio do todo.
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