Weber, em "A objetividade do conhecimento na ciência social e na ciência política", propõe uma análise da sociedade que possa ir além do que se apresenta, da simples aparência, adotando, assim, uma perspectiva de caráter mais profundo. Leis já estabelecidas não devem ser adotadas como ponto de partida. A análise deve partir da compreensão da ação social que envolve juízos de valor. Dessa forma, analisa-se o outro não para julgamentos prévios, mas sim para entendê-lo por meio dos valores que ele carrega consigo. O que vemos largamente, porém, é a visão do outro pela nossa janela, ou seja, a ompreensão deste sob o prisma dos valores que se possui. Para Weber, seria necessário a superação dos próprios juízos de valor, a fim de que o outro seja visto como realmente ele é.
Mas, ao admitir os juízos de valor indissociáveis e inerentes ao homem, como a imparcialidade seria, então, possível? Para Weber, não se admite a imparcialidade, na medida em que temos opiniões, crenças e preferências, apenas busca-se a comprensão do outro pelos valores que este possui, como já dito anteriormente, o chamado método comprensivo. A objetividade, no entanto, pode e deve ser adotada, por meio da metodologia científica de caráter universal.
Weber também levanta críticas ao dogmatismo proveniente do materialismo histórico marxista, críticas estas ainda extremamente pertinentes e aplicáveis ao atual contexto. Até hoje, a mais-valia, a alienação, a exploração do operariado, a análise a partir da economia, verdadeiros ícones do pensamento de Marx, são tomados por muitos como verdades incontestáveis (dogmas), capazes de explicar absolutamente tudo o que se desdobra ante nossos olhos. E, assim, talvez a principal contribuição de Marx, a análise crítica da realidade, acaba ficando renegada. Não mais se questiona, já que se tem , na mente de muitos, o principal causador de todos os distúrbios sociais: o sistema capitalista e, dessa forma, "passam a se contentar com as hipóteses mais frágeis e com as formulações mais genéricas".
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