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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Progresso para quem?

Comte acreditava na teoria de que existem três estágios necessários ao amadurecimento e formas de entendimento do mundo - teológico, metafísico e positivo - sendo o último marcado por ser o ápice do desenvolvimento humano uma vez que seria o único capaz de promover o progresso na sociedade Além disso, ele pretendia uma reforma na educação afim de que houvesse o rompimento do isolamento das ciências pois o conhecimento é uno.

 Contudo, segundo Comte, o conhecimento não deve ser levado aos proletários para que não haja a busca por parte deles de um crescimento na vida: "as classes populares não devem buscar o poder político, apenas o poder moral". A partir disso, pode-se notar a forte influência do pensamento do filósofo nas práticas e convicções modernas. Nos dias de hoje no Brasil, políticas como as cotas sociais/raciais nas universidades públicas geram um grande debate, e dentro dessa discussão são proliferadas ideias com grande carga de ódio e preconceito.

Esse pensamento revela a aceitação dos lugares de cada classe na sociedade com os papéis bem definidos. É nesse contexto que entra a ideia da moral baseada no trabalho e na dignidade: diante do seu lugar na sociedade, o único motivo de orgulho para um proletário seria a honra do exercício de sua função prática.

A visão cientificista e simplista de Comte, grande base hoje de nossa sociedade, gera o que pode ser notado no atual congresso brasileiro. Sem uma educação pública de qualidade onde todos sejam contemplados, é construída uma classe política sem a mínima condição de representar a população resultando em desigualdade intelectual e social com uma nação afastada do bem público.

Felipe Pereira Polesel
1° ano Direito matutino

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