A razão também é ideológica.
“O Amor por princípio e a
Ordem por base; o Progresso por fim". O lema positivista de Augusto Comte,
percursor desta corrente filosófica, exprime de maneira categórica o conteúdo base
da filosofia positiva, contido em duas palavras-chaves: progresso e ordem.
Imerso em uma Europa da
primeira metade do século XIX, arrasada por insurreições sociais, crises
políticas e econômicas, Comte busca alcançar a ordem por meio da sistematização
da razão. Esta sistematização parte da
premissa de que a realidade deve ser interpretada sob a ótica do notável, sem
um dever ser embutido, convergindo para a ideia baconiana de método científico.
Alcançada a efetivação da
razão sistematizada a sociedade atinge por sua vez o estado de ordem mais
potente, deixando para trás os estados teológicos e metafísicos (filosófico)
podendo assim caminhar para o progresso, ou seja, a razão ou nesse caso a sua
forma sistemática (ciência) assume o posto de motor da humanidade e não mais é
aplicada restritamente, mas sim em todos os campos do conhecimento, incluído as
ciências humanas.
Deste modo propõe-se que
toda a interpretação da sociedade seja introduzida e analisada sob uma visão “imparcial”
e que repouse na realidade palpável, obedecendo, portanto a razão.
Assim é afirmável que o
pensamento positivista contribuiu para o estudo da sociedade de maneira científica,
entretanto todo seu arcabouço teórico sofre com a impossibilidade de se alcançar
a plena aplicação da ciência imparcial e racional na compreensão da sociedade e
seus fenômenos, uma vez que nós humanos somos pesquisador e objeto ao mesmo
tempo. No fim das contas toda interpretação passa pela lenta ideológica, antes
ou depois da lógica.
Lucas Tadeu Ribeiro Efigênio
Direito - Noturno
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