O
filósofo francês Auguste Comte é considerado pai do Positivismo, ciência que
buscava apreender e interpretar todos os movimentos da sociedade através de um
pensamento sistemático, pautado na razão. Influenciado pelas ideias de
Descartes e Bacon, ele procurava romper com a expectativa de sociedade ideal,
analisando-a tal como é.
Após
um período marcado pelas revoluções burguesas e em meio à Revolução Industrial,
a Filosofia Positiva surgiu como auge do conhecimento, tendo este passado por dois
estados anteriores. O primeiro deles é o teológico, no qual se examina a essência
dos seres e dos fenômenos a partir de fatores sobrenaturais. O outro é o estado
metafísico, em que o sobrenatural é substituído pelo abstrato e serve de
transição para o estado positivo. Este último, por sua vez, corresponde ao “estado
viril”, que se afasta da natureza dos fenômenos para estabelecer relações entre
os fatos e formular teorias a partir do raciocínio e da observação. Dessa
forma, define-se o método do sistema positivo.
Para
exemplificar, Comte alude à lei da gravitação universal de Newton, a qual utiliza
um único fato, sob diferentes perspectivas, para justificar diversos outros.
A fim de fundamentar a proposta do Positivismo,
Comte se vale de algumas propriedades, entre as quais está o estudo da
filosofia positiva como única maneira de compreender as “leis lógicas do
espírito humano”. Assim, partindo dos pontos de vista estático ou dinâmico,
visa-se à instituição de ordem e progresso na sociedade.
Por
fim, o lema positivista “ordem e progresso”, que passou a constituir a bandeira
brasileira, revela certo atraso quanto à aplicação na sociedade atual, visto
que a manutenção da ordem coincidia com uma rígida organização social e atos de
enfrentamento, como greves e protestos, lutas de interesses entre classes
sociais e outras formas de manifestação eram fortemente reprimidas. O
progresso, por outro lado, se referia ao desenvolvimento de políticas
econômicas, objetivando o lucro e a riqueza, deixando, muitas vezes, para
segundo plano a responsabilidade ambiental. Contudo, seria de grande
conveniência se esse termo se reportasse à promoção de políticas públicas, igualdade
e justiça social nos dias atuais.
Bianca
Carolina Soares de Melo – 1º Ano de Direito - Noturno
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