Augusto Comte, filósofo francês nascido no fim do
século XVIII, foi o principal teórico e defensor do positivismo. A filosofia
positiva baseia-se no estudo da sociedade como ela é de fato, e não como ela
deveria ser idealmente. Ao estudar a sociedade, o positivismo visa entende-la e
controla-la, a exemplo do que as ciências naturais fazem com a natureza. Comte
desenvolveu a teoria dos três estados, na qual ele defende que as sociedades
humanas passam por três estágios de desenvolvimento ao longo da história. O
primeiro estágio seria o teológico, no qual as pessoas buscam todas as
respostas na religião. O segundo estágio seria o metafísico, que na visão de
Comte seria apenas uma evolução do estágio teológico. O terceiro e último
estágio seria o positivo, que para Comte marcaria o amadurecimento do espírito
humano. No estágio positivo a ciência seria a fonte das respostas.
É
impossível ignorar a grande influência das ideias de Comte e do positivismo na
sociedade brasileira. O lema estampado na bandeira nacional “Ordem e Progresso”
é um lema positivista, uma vez que Comte defendia que a sociedade possui leis
invariáveis, sendo uma delas estática, responsável pela manutenção da ordem e
outra dinâmica, que levaria ao progresso. Outra influência direta do
positivismo em nossa sociedade está na valorização do trabalho. Comte defendia
que o trabalho traria honra e dignidade para o trabalhador, e dessa forma
qualquer trabalho seria digno de reconhecimento. Essa influência pode ser
facilmente notada ao se analisar a forma negativa como pessoas desempregadas
são usualmente tratadas, e também na valorização da figura do “trabalhador” em
detrimento da imagem do “vagabundo”.
O
positivismo é alvo de várias críticas na atualidade, sendo uma das principais a
que defende que a filosofia positiva é usada como forma de manutenção da ordem
social e econômica vigente, marcada por grandes desigualdades e injustiças. Pode-se
dizer que o saber positivo, ao defender a ordem e reforçar o gosto pelo
trabalho, contribui para a aceitação dos “lugares sociais”, ou seja, reforça
preconceitos e desigualdades e atende aos interesses das classes sociais
dominantes.
Rafael Carpi Baggio 1° ano de Direito (diurno)
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