Augusto Comte foi
o criador da sociologia e do positivismo. Sua corrente filosófica surge com a
necessidade de uma ciência que compreendesse a sociedade como ela é. No positivismo
cada indivíduo tem sua função na sociedade, sendo necessário manter a ordem
para atingir o progresso. Comte fala em moral, como uma vigilância dos homens e
mulheres sobre a própria humanidade, sendo a ordem uma consequência dessa moral
e o trabalho seu eixo principal.
No Brasil,
percebemos a influência positivista claramente, uma vez que nossa bandeira traz
o seguinte lema: “ordem e progresso”. Comte
fazia a analogia da sociedade com o corpo humano, onde cada órgão tem sua
função, cada indivíduo também possui um papel definido. Para o filósofo aquilo
que esta “doente” tem que ser retirado, na mesma forma aquilo que é diferente,
que atrapalha a ordem social deve ser retirado, ou seja, marginalizado, por
isso aqueles que não querem estar no que seria seu lugar previamente definido,
tem dificuldades para ocuparem outro lugar, sofrendo com o preconceito por
exemplo. Notamos essa visão no Brasil atualmente, quando nos deparamos com
pessoas que ainda acreditam que “lugar de mulher é na cozinha”, onde o branco
se incomoda com a presença do negro no mesmo espaço, onde criam- se “muros”
para separar pobres e ricos, seja um condomínio fechado ou um shopping center,
e entre outros exemplos.
Outra influência
do positivismo extremamente presente em nossa sociedade hodierna é a ideia
proposta por Comte de que trabalho é o meio para o indivíduo atingir a honra e
ser digno. Já no Estado Novo de Vargas sabemos que aquele que não tivesse um
trabalho era preso por “vadiagem”, o que levou o nome de lei da vadiagem; em “Memórias
de um Sargento de Milícias” de Manuel Antônio de Almeida, obra conhecida por
retratar o Brasil como realmente é, conhecemos Leonardinho, que com seu “jeitinho
brasileiro”, é considerado o primeiro malandro da literatura e um personagem
que retrata o brasileiro, onde ao longo da trama Leonardinho é preso por não trabalhar.
Além dos exemplos pretéritos, podemos exemplificar atualmente essa visão de trabalho como
forma de atingir a honra com frases como “não trabalha porque não quer”
e visões de que o desempregado é vagabundo, que ouvimos com frequência em nosso cotidiano.
Em suma, o
positivismo está intrínseco em nossa sociedade desde os anos passados até hoje
e são vários os exemplos de sua influência.
Ana Paula Mittelmann Germer- 1º ano direito noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário