Augusto Comte foi um filósofo francês considerado pioneiro no
estabelecimento do Positivismo, corrente de pensamento a qual é considerada
como o amadurecimento máximo do espírito humano. Esta perspectiva de evolução
está relacionada, segundo o estudioso, às etapas pelas quais a humanidade
passou durante sua história. Tais etapas são divididas em três, originado as fases:
Teológica, Metafísica e Positiva.
O primeiro período é considerado o mais arcaico por Comte, sendo
caracterizado pelo uso da religião a fim de explicar os fenômenos que envolviam
a sociedade. Já o segundo, é aquele em que a filosofia passa a ocupar o lugar
antes pertencente à religião, sendo considerado um estado intermediário entre
os dois extremos. Por fim, o terceiro e mais desenvolvido período é o positivista,
em que a população passaria a fazer uso apenas da ciência visando explicar os
impasses presentes no cotidiano.
De fato, tal perspectiva evolutiva que culminaria neste estágio de
ampla utilização da ciência foi responsável por propiciar um enfrentamento da
sociedade pelo o que ela é, e não pelo que deveria ser. O pragmatismo
positivista encontrou na ordem da nação um caminho adequado para alcançar o
progresso, tanto científico como social.
A fim de atingir esse progresso e o manter-lo constante, Comte ressaltou
demasiadamente a necessidade de cada membro da sociedade cumprir seu
determinado ofício, encaixando-se nos moldes que levariam à evolução. O desempenho dessas atividades
pelos indivíduos aconteceria através do trabalho, surgindo nesse ponto a
valorização e importância, na ciência de Comte, de todos os variados tipos de
trabalho no conjunto da sociedade. Vale
ressaltar também, a luta do filósofo pela reforma da educação, considerada
inadequada nos moldes positivistas. Para o estudioso, deveria haver a quebra do
isolamento das ciências, uma vez que o conhecimento é uno.
Deveras, com tal visão progressista, o Positivismo ganhou inúmeros
adeptos ao longo do tempo, destacando-se o Brasil, cuja própria bandeira estampa
o lema principal da corrente: "Ordem e progresso". Todavia, é com pesar que se observa que o movimento
filosófico limitou-se muito apenas à bandeira nacional, visto que em vários
outros aspectos o país vai de encontro aos princípios de Comte.
No cenário atual brasileiro, estima-se que a taxa de desemprego está em
torno de 10% da população, ou seja, parcela significativa dos trabalhadores
ativos se encontram fora do conceito da essencialidade do trabalho. Contudo, esta
situação não é devido a falta de vontade pelos trabalhadores, mas pela falta de
oportunidade em meio à crise econômica que o país enfrenta. Em verdade, não é
objetivo principal do vigente governo do Brasil solucionar tal problema, mas
focar na sua perpetuação no poder devido a crise política. Além disso,
destaca-se a precariedade da educação brasileira, distanciada demasiadamente do
padrão considerado aceitável no Positivismo.
Em suma, o Brasil apenas estampa na bandeira o lema de Comte, uma vez
que se afasta cada vez mais da ordem que levaria ao seu progresso.
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