Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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sábado, 12 de março de 2016
Infalível?
A herança cartesiana se mostra clara nos dias de hoje, seja no plano cartesiano da matemática ou em filmes como "Matrix" ou em nossa crença na razão. Descartes acredita cegamente na razão. Isso fica claro em "Discurso do Método". Neste livro, seu autor (René Descartes) nos indica sua linha de pensamento para chegar a verdades inquebráveis, e essas verdades realmente parecem inquebráveis, mesmo com algumas delas sendo duvidadas(como a existência de Deus e da alma).
Duvidar da existência de tudo leva a um paradoxo. Num momento, pensa-se: duvido da existência de minha dúvida. A partir deste paradoxo, é possível se ter certeza de que dúvida existe, ou que o pensamento existe, e se o pensamento existe, o ser pensante existe. Mas Descartes vai além disso e utiliza esta conclusão para provar a existência de Deus e da alma, partindo do princípio de que se algo existe, não pode ter surgido do nada, e faz tudo isso utilizando-se da razão.
Será que a razão pura pode realmente explicar a existência de Deus? Garanti-la como certa? Afinal, quais são os limites da razão? Kant já tentou encontrar as limitações da razão em seu livro "Crítica da Razão Pura". No século XX, muito discutiu-se sobre a crise da razão e, a partir desta crise, a filosofia foi repensada. No entanto, até hoje cremos na razão como método infalível de se chegar ao conhecimento.
Impossível negar a influência da razão nas nossas vidas. Difícil não se utilizar dela para tentar explicar o mundo. Por isso o método de Descartes parece infalível. Para alguns tipos de conhecimentos, talvez ele realmente seja, mas será que é um método totalmente a prova de falhas?
Péricles de Freitas Nogueira, primeiro ano de Direito.
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