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sábado, 12 de março de 2016

A ignorância conhecida, a verdade revelada

   René Descartes, em seu ''discurso do método'' propõe que tudo aquilo que nos é apresentado, sem o mínimo trabalho de análise, é passivo de dúvida. Nada poderia ser intitulado como verdadeiro, sem o processo de indagação e investigação. E para alcançar a verdade, somente a objetividade teria espaço no campo das discussões. Dessa maneira, tudo que fosse subjetivo, parcial e, até mesmo, especulativo,  deveria estar á margem dessa epistemologia.

   Isso fez com que Descartes revolucionasse o pensamento filosófico da época, pois até então, muitas concepções religiosas guiavam as ações humanas. Vale lembrar, que o contexto histórico em que Descartes está inserido, é de extrema ''turbulência", isto é, um momento de emergência do renascimento, da ideologia humanista e o que, posteriormente, daria base ao surgimento do iluminismo( o que explica sua influência em diversos pensadores, como John Locke). Devido á isso, crenças e superstições não encontravam espaço nessa incessante investigação do saber correto.Dessa maneira, pode-se observar que o momento exigia do filósofo essa postura, o de indagar, questionar e não se submeter a nenhum valor constituído apenas de opiniões.

Outro ponto que Descartes cobra a atenção para aqueles que pretendem alcançar a verdade, é enfrentar aquilo que a sociedade, na qual o indivíduo está colocado, defende. Ou seja, muitas vezes uma ideia,por mais absurda que seja, quando compartilhada por um grupo de pessoas, parece ser a mais correta. Isso requer resistência á força coercitiva, pois a mesma é capaz de forjar valores considerados verdades, sem realizar todo o método de pesquisa.

Portanto, para definir o pensamento desse filósofo, no que se refere ao conhecimento verdadeiro, a palavra chave é o CETICISMO, isto é, duvidar de tudo que está ''pronto'', que chega de ''primeira''. Só assim, deixando as próprias convicções, opiniões e emoções, seria possível chegar a uma verdade absoluta.

    Murilo Ribeiro da Silva.     1º ano de Direito, matutino.


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