Francis Bacon, filósofo inglês do século XVI, juntamente a
René Descartes foi responsável por estabelecer os preceitos norteadores da
ciência moderna. Em sua obra “Novum organum”
Bacon determina que a razão, em conjunto com a observação e experiência formam
o método científico empírico responsável pela busca e indicação da verdade,
sendo esta prática, aplicável diante da realidade e também mutável, mostrando
que não há verdade absoluta mas faces decifradas da realidade. O filósofo inglês
defende que a ciência deve ser principalmente prática, para que auxilie no
desenvolvimento humano, por tanto avanços tecnológicos significariam também
avanços ao bem-estar humano, lógica diferente dos filósofos gregos que tinham a
filosofia como ciência meramente especulativa, que problematizava a realidade sem,
contudo auxilia a chegar em uma forma de melhoramento concreto.
O método empírico deve tentar ser o mais neutro possível tentando
se livrar dos ídolos, crenças simplificadas da realidade e não a realidade em
si, para que a racionalidade seja imparcial e guiada apenas pela razão. Os ídolos
impostos por Bacon se diferenciam em: da tribo, sendo a realidade expressa distorções
da própria mente humana devido a paixões e os sentidos; da caverna, interferência
da relação estabelecida entre o homem e o mundo que o cerca; do foro, distorção
estabelecida diante da relação do individuo com suas associações, sendo que a
convivência responsável por criação de convicções; e por último o ídolo do
teatro, carga teatral carregada por preceitos místicos como a filosofia grega,
alquimia e mesmo astrologia.
Por fim Francis Bacon a partir de seu método cientifico empírico
tenta estabelecer a ciência como algo além de prático a vida humana, o mais
neutra possível, sem deixar de considerar que como seres integrantes de uma
sociedade estamos sujeitos a interferências do senso comum que nos cerca embasados
nos ídolos por ele estabelecido. Com a tomada de consciência quanto a existência
dessas corrupções da visão humana quanto a realidade, representação real da intenções
divinas, se torna possível tentar combate-las para que se atinja a ciência em
sua forma precisa.
Júlia Barbosa- 1° ano direito matutino
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