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sexta-feira, 18 de março de 2016

Escravos da razão

A obra "Novum Organum" de Francis Bacon difunde uma nova ideia de ciência, fazendo seu uso como instrumento para modificar o mundo. Ao criticá-la como mero exercício mental, ele revela um novo método que propõe a regulação da mente por mecanismos empíricos, sendo então a experiência a principal guia da razão.
Nessa obra, Bacon traz a assertiva de dois métodos científicos que podem ser usados como reflexão para as situações atuais. Essas concepções correspondem ao "cultivo da ciência", denominada como antecipação da mente e a "descoberta científica", pautada como interpretação da natureza. Tais ideias estão ligadas com as informações divulgadas pela mídia e sua intensa difusão, junto a certas opiniões, nas redes sociais.
Através dos veículos de comunicação, são transmitidas notícias, cujas veracidades nem sempre são confirmadas. Tendo sua fonte e conteúdo postos em dúvida, trazem também recortes incompletos que demostram uma certa parcialidade,uma vez que cada rede possui seus próprios interesses. Além disso, as redes sociais estão cercadas por pensamentos que apenas transmitem um senso comum, sem nenhum embasamento e muitas vezes repletos de preconceitos, posições políticas, discursos de ódio e falácias.
A partir disso se instaura a "antecipação da mente", proposta por Francis Bacon. Pela facilidade e rapidez, estabelecemos conclusões precipitadas, sem consultar devidamente a experiência, principal ponto que Bacon criticava na filosofia tradicional. Assim, muitos seguem pensamentos arraigados na internet e na mídia e continuam difundindo preconceitos e opiniões sem embasamento,deixando de lado a descoberta científica e a interpretação da natureza, propostas por Francis Bacon.Com isso, é preciso o cuidado em não transformar as experiências escravas da nossa própria razão.

Gabriela Guesso Pereira
1ºano Direito diurno

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