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domingo, 9 de agosto de 2015

Tecido Social – O indivíduo frente à coletividade


 Neutro é quem já se decidiu pelo mais forte.
Max Weber

Na contramão do pensamento científico que predominava na França e na Inglaterra, a Alemanha se preocupava com teorias mais discursivas e interpretativas no âmbito político e cultural. Weber discutiu essas ideias em sua concepção sociológica que se diferenciavam profundamente da concepção funcionalista Durkheim. O sociólogo francês buscava construir seus objetos de análise por meio das ciências sociais, Weber objetivava mostrar que a sociologia era uma perspectiva historiográfica e interpretativa. Para ele, não se pode desprezar a natureza particular e específica de cada formação cultural em detrimento de elementos gerais.

Weber critica as definições positivistas: a noção de neutralidade, imparcialidade e objetividade. Em sua concepção, o pesquisador inicia seus estudos a partir seus próprios pressupostos, valores e aprendizados ao longo da sua vida para produzir ciência. As crenças particulares estão incluídas no desenvolvimento científico e não podem ser ignoradas, de maneira que toda a pesquisa científica se mostre parcial por adotar um ponto de vista, mesmo que de forma inconsciente.

Também vale ressaltar que conhecimento total e irrestrito da sociedade é utópico em função da sua amplitude. Por isso, o pesquisador social deve escolher um recorte especifico para estudar e, dessa maneira, ele acaba por ser influenciado pelos seus valores e crenças. Um fragmento da realidade estudado é a prova viva para tentar entender essa realidade por meio da restruturação de causa e efeito de determinada situação. Ao fazer esse trabalho, o cientista ultrapassa o âmbito pessoal em seu próprio estudo. Por essas razoes que a sociologia deveria utilizar o método compreensivo.
Weber elaborou um método que privilegia a interpretação e compreensão. O método compreensivo almeja encontrar os motivos que constituem os eventos humanos, sendo ideal para os estuda das Ciências Humanas. O método aplicado se apresenta por mostrar uma abordagem qualitativa contrapondo com o método explicativo funcionalista da escola francesa sociológica.

O tipo ideal foi inventado para ser um conceito teórico e abstrato para representar um coletivo de características que são comuns e recorrentes em uma situação social. Dessa forma, o tipo ideal vai se projetar como um instrumento para o pesquisador social, de modo que ele compare os fenômenos em especial com o tipo ideal constituído, mostrando as semelhanças e as particularidades. O tipo ideal não existe fisicamente, sua função é de estritamente comparativa, se revelando como uma ferramenta de analise empírica social. O tipo ideal é um modelo simplificador e reducionista e atende as noções do próprio cientista. Weber o utilizou na sua metodologia compreensiva e na pesquisa de uma de suas obras primas: A ética protestante.

A sociedade para Weber não é formada por objetos estáticos como os fatos sociais, entretanto são as relações dinâmicas dos indivíduos que constituem o meio social. Ele critica e rechaça o conceito de fato social e construí o seu método de ação social como objeto de estudo sociológico.
Ao contrário do fato social, que generalista, externo e coletivista. A ação social é direcionada em elementos individuais e na maneira como ele assimila e interpreta os fatores sociais. A ação social é, portanto, concebida como toda conduta humana que é dotada de significação, ou seja, uma interpretação subjetivista individual.

Existem três tipos de ação social segundo Weber:
A ação social tradicional: Constituída pela obediência ao costume e tradição e aos lações familiares
A ação afetiva: Constituída pela influência sentimental e impulsiva.
A ação racional: Orientada por valores, que podem ser de âmbito religioso, ético ou econômico.

Arthur Resende
1° ano Direito Noturno
Introdução à Sociologia

  


    

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