Max Weber, em sua obra, estuda a compreensão das ações sociais, isto é, são ações
praticadas em sociedade, levando em conta
os outros, o meio social. O sociólogo a divide em quatro tipos: racional
com relação a fins, racional com relação a valores, afetiva e tradicional.
No Brasil, podemos ver claramente a adoção de diversas ações
sociais afetivas e tradicionais. Por exemplo, na política, a extensa maioria do
eleitorado brasileiro não vota em partidos ou na ideologia de cada um e sim
pelo simples fato de gostar do candidato, de achá-lo engraçado, carismático, de
"ir com a cara" da pessoa. Além disso, o voto também é destinado à opções
individuais dos políticos, por exemplo, muitos candidatos que manifestam sua fé
católica ou evangélica recebem apoio em massa de diversas camadas da população.
Essas pessoas não conseguem diferenciar religião de política, ignoram o
princípio da laicidade do Estado, utilizando de uma ação social tradicional e
afetiva.
Podemos comprovar essa situação ao perguntarmos às pessoas
as principais propostas de seus candidatos. Provavelmente, não receberemos a resposta concreta ou
receberemos ideias rasas, sem nenhum embasamento político. É assim que a
atualidade de Weber se evidencia, ao notar que, em pleno século XXI, no auge da
rapidez e acessibilidade das tecnologias
de comunicação, a "ignorância", que deveria estar sendo erradicada,
não está.
Isso é um grande risco a jovem democracia brasileira, que
vai fundamentando sua base e história em atores políticos sem nenhuma estrutura
ideológica e política para governar um país de território e pluralidade
gigantescos. Assim, a crença de que
"todo político é ruim/corrupto" vai se "legitimando" aos
olhos da população, ao passo de que pode haver candidatos com ótimas ideias,
com planos saudáveis à população que são constantemente ignorados por não
possuir a tal carisma ou não se submeter aos grupos de pressão.
Fernando Augusto Risso - direito diurno
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