Max Weber é um famoso sociólogo o qual criou a denominada "sociologia compreensiva". Esta define que a função da sociologia é compreender as ações sociais estas que são estudadas através da realidade do estudo do indivíduo em si, e não da coletividade, como definiam Durkheim e Comte, ou das classes sociais, como definiam Engels e Marx. Tais ações dos indivíduos seriam fruto não de princípios já existentes mas sim de fatores individuais como juízos, valores, cultura e paixões, estes que advinham de sua própria consciência e cosmovisão pessoal.
Tal método sociológico criticava o materialismo histórico pois dizia que este utilizava de concepções pré existentes, de esteriótipos e de fatos generalizados para explicar como que a sociedade funciona, um exemplo disso é quando tal método (de Marx e Engels) diz que são as forças econômicas que determinam todas as ações sociais e não que estas são fruto de uma rede complexa de fatores. Tal constatação retira parte das características específicas da sociedade e de seus integrantes. A sociologia compreensiva faz o uso da objetividade para analisar o corpo social e com isso se distancia da metafísica e da aceitação da sociedade a partir de constatações genéricas. Esse método é mais rigoroso e faz com que o pesquisador não utilize de seus valores pessoais, para que com isso se chegue em um fim mais verdadeiro e imparcial possível.
A maneira mais propícia de estudar os indivíduos e a sociedade, a partir da teoria weberiana, seria a da utilização da ferramenta metodológica chamada de tipo ideal. Esta não era algo ideal, um dever ser, mas sim algo objetivamente possível de ocorrer na realidade (hoje em dia tal concepção é tratada como uma utopia). Tal ferramenta seria utilizada para explicar o desenrolar de uma ação humana de maneira que esta estivesse sendo movida estritamente pela razão, sem a perturbação de erros e afetos. A verdade científica no caso, seria fruto da comparação entre o tipo ideal e os fatos.
Relacionando tal corrente sociológica com os dias de hoje, tal método pode ser usado para ajudar na análise e no julgamento de um caso jurídico. O juiz, no caso, não deve analisar apenas a ação criminosa de tal pessoa mas deve utilizar e ter em mente as influências que esta pessoa recebeu durante sua vida e seus valores para ter cometido tal ato. A conduta do juiz deve ser, também, a de não levar em conta seus princípios e ideais perante tais coisas, como religião, por exemplo, para julgar tal caso. Um exemplo que pode ser relacionado a tal fato é o de que um juiz extremamente religioso não deve julgar um caso de abuso contra um homossexual de acordo com seus próprios pensamentos, mas deve interiorizar os pensamentos da vítima para se colocar no lugar dela e entender pelo o que esta passou.
A teoria de Weber deveria ser utilizada para casos como este e para muitos outros. Deveria ser incorporada pelos praticantes de direito para que estes não utilizem de categorias pré estabelecidas ou genéricas para julgar e entender casos. Com isso tais praticantes deixariam de se tornar operadores do direito e se tornariam capazes de entender a complexidade que são as ações sociais e o que as leva a serem realizadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário