Weber não estava a procura de leis efetivas e universais,
para ele deveria ser levado em consideração o juízo de valor, ou seja, as
pessoas vão escolher fazer determinada ação social a partir de um determinado
valor presente na sua consciência. Como não conhecemos qual valor o individuo
escolherá com certeza, o estudo da sociedade deve vir depois que a ação social foi
feita, pois assim será possível observar qual valor foi predominante, levando-se
em consideração que o meio social tem certa influencia, mas não é o principal. Para
Weber, dentro do tipo ideal, existem quatro tipos de ação social:
Ação racional com
relação a um objetivo: José, jovem, negro, católico, com dezoito anos e da
periferia. Frequentou a escola todos os dias, tentou se manter o mais longe
possível do tráfico que estava levando todos os seus colegas; já no ensino
médio começou a trabalhar para ajudar a sustentar a família. Depois que se
formou no ensino médio conseguiu entrar em um cursinho pré-vestibular e
continuou a trabalhar, no final, conseguiu entrar na tão querida universidade
pública.
José agiu desde sempre com o foco em um objetivo, que
conseguiu alcançar.
A ação racional com relação a um valor: José,
jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Em seu tempo livre
sempre ia à missa, achava tão bonito os rituais e o que se pregava: amar ao próximo como a si mesmo e a Deus
sobre todas as coisas. Achava incríveis as ações de Jesus, como ele sempre
ajudava aos outros, como ele sempre dava
a outra face, como ele aceitou morrer pelos pecados de toda a humanidade.
Achava que onde morava todos precisavam agir conforme Jesus, aprender o que
Deus tinha para ensinar. José poderia ter ido em direção ao tráfico, ter ido
fazer uma faculdade ou continuar trabalhando no mesmo emprego de sempre. Mas não,
José entrou pra o seminário, decidiu levar a palavra de Deus para todos que
precisassem.
José agiu levando em consideração um valor religioso.
Ação afetiva: José, jovem, negro, católico, com
dezoito anos e da periferia. Um dia viu seu irmão, que estava brincando na rua, ser
morto pela polícia, sem nenhum motivo real, disseram que ele parecia armado. Mas
como um menino de sete anos, que estava brincando de pega-pega, parece estar armado?
Foi a partir desse momento que José sentiu raiva de verdade, aquele tipo de
raiva que leva você a matar alguém. E foi o que aconteceu alguns anos depois,
quando José conseguiu uma arma com o “chefe” da área em que morava e descobriu
quem foi o policial que atirou em seu irmão.
José agiu de acordo com sentimentos de raiva e vingança.
Ação tradicional: José,
jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Desde pequeno brincava de policia e ladrão, sempre aprendendo que os policiais é que eram os vilões Desde
pequeno também observava as benfeitorias que o “chefe” fazia para toda a
comunidade, via como este sempre tinha todos os objetos que desejava, e como ele
mandava e desmandava por ali. José entrou para o tráfico, assim como a maioria
de seus amigos e colegas, já que todos desejavam aquela vida de "chefe".
José agiu de acordo com aquilo com que sempre aprendeu e foi
ensinado, sem tentar se desvencilhar de todos aqueles hábitos.
Paula Santiago Soares
1º ano de Direito - Diurno
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