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domingo, 9 de agosto de 2015

Max Weber: teoria ou adaptação?

O alemão Max Weber, um dos mais discutidos sociólogos de todos os tempos, foi um dos fundadores da chamada sociologia moderna. Em alusão a seu pioneirismo, nota-se nos escritos de Weber um método distinto de análise: ao invés de o sociólogo fundar uma linha lógica de pensamento totalmente nova para o estudo das ciências sociais, como poderia ser esperado, seu raciocínio partiu das teorias elaboradas por seus antecessores – dos quais as ideias eram então vigentes na Europa – aproveitando para tecer-lhes críticas e fazer modificações conceituais.
Para tanto, os principais alvos eram naturalmente Karl Marx e Émile Durkheim. Weber considerava as teorias de ambos bem embasadas, porém incompletas, e portanto não totalmente eficientes para o estudo da sociologia. Como se percebe em leitura da obra  “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, a crítica de Weber ao materialismo dialético de Marx reside no fato de que, para Weber, a essência do capitalismo não tinha raízes em um  fator essencialmente econômico, como defendido pela lógica marxista, e sim em um elemento cultural.
Com relação à Durkheim, o diferente posicionamento de Weber se dava primordialmente no quesito do método empregado para os estudos das ciência sociais. Enquanto Durkheim se concentrou na busca por regras universais e explicações dos fenômenos sociais, Weber priorizou a busca pelas leis causais, responsáveis pelo movimento da sociedade. Além disso, a teoria funcionalista e o fato social de Durkheim eram, na concepção de Weber, infelizes na compreensão da sociedade por olharem somente para a coletividade, deixando de lado o indivíduo e os valores complexos que contribuem para a sua formação como parte do todo.
Com esse pensamento, há o reconhecimento pela parte de Weber da importância das ações individuais na condução e formação dos entes que preenchem a sociedade, levando ao surgimento da ideia weberiana de individualismo metodológico, cerne do pensamento social de Weber. Tal princípio centra seus estudos no indivíduo ao prever que são as ações humanas as formadoras de organismos coletivos – tais como grupos, Estados e nações – que tendem a ser supostos como permanentes, sendo que são volúveis.
Intrínseca à ideia de individualismo metodológico, encontra-se a concepção de ação social, a qual é definida como a ação orientada ao outro. É quando existe portanto a vontade comunicação com o outro ou com o restante das pessoas, refletindo assim no aspecto coletivo. São divididas em quatro tipos: ações racionais com relação a valores, ações raconais com relação a fins, ações afetivas e ações tradicionais.

A atualidade de Max Weber se deve à facilidade de aplicação de sua teoria. As ações sociais, segundo sua definição, ainda que imprevisíveis, estão presentes em situações que detém os mais variados graus de complexidade. Pode-se dizer que Weber inaugurou à sua maneira um novo conceito de estudos sociais, analisando em retrospecto os entremeios que constroem os indivíduos para promover um estudos mais abrangente das dinâmicas sociais, destacando-se assim notória e justificadamente no âmbito da sociologia.


Nicole Vasconcelos Costa Oliveira
1o ano Direito Diurno
Introdução à sociologia

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