O alemão Max Weber, um dos mais
discutidos sociólogos de todos os tempos, foi um dos fundadores da chamada
sociologia moderna. Em alusão a seu pioneirismo, nota-se nos escritos de Weber um
método distinto de análise: ao invés de o sociólogo fundar uma linha lógica de
pensamento totalmente nova para o estudo das ciências sociais, como poderia ser
esperado, seu raciocínio partiu das teorias elaboradas por seus antecessores –
dos quais as ideias eram então vigentes na Europa – aproveitando para tecer-lhes
críticas e fazer modificações conceituais.
Para tanto, os principais alvos eram
naturalmente Karl Marx e Émile Durkheim. Weber considerava as teorias de ambos
bem embasadas, porém incompletas, e portanto não totalmente eficientes para o
estudo da sociologia. Como se percebe em leitura da obra “Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”,
a crítica de Weber ao materialismo dialético de Marx reside no fato de que,
para Weber, a essência do capitalismo não tinha raízes em um fator essencialmente econômico, como defendido
pela lógica marxista, e sim em um elemento cultural.
Com relação à Durkheim, o diferente
posicionamento de Weber se dava primordialmente no quesito do método empregado para
os estudos das ciência sociais. Enquanto Durkheim se concentrou na busca por regras
universais e explicações dos fenômenos sociais, Weber priorizou a busca pelas
leis causais, responsáveis pelo movimento da sociedade. Além disso, a teoria
funcionalista e o fato social de Durkheim eram, na concepção de Weber, infelizes
na compreensão da sociedade por olharem somente para a coletividade, deixando
de lado o indivíduo e os valores complexos que contribuem para a sua formação
como parte do todo.
Com esse pensamento, há o reconhecimento
pela parte de Weber da importância das ações individuais na condução e formação
dos entes que preenchem a sociedade, levando ao surgimento da ideia weberiana
de individualismo metodológico, cerne do pensamento social de Weber. Tal princípio
centra seus estudos no indivíduo ao prever que são as ações humanas as
formadoras de organismos coletivos – tais como grupos, Estados e nações – que
tendem a ser supostos como permanentes, sendo que são volúveis.
Intrínseca à ideia de
individualismo metodológico, encontra-se a concepção de ação social, a qual é
definida como a ação orientada ao outro. É quando existe portanto a vontade
comunicação com o outro ou com o restante das pessoas, refletindo assim no
aspecto coletivo. São divididas em quatro tipos: ações racionais com relação a
valores, ações raconais com relação a fins, ações afetivas e ações tradicionais.
A atualidade de Max Weber se deve
à facilidade de aplicação de sua teoria. As ações sociais, segundo sua
definição, ainda que imprevisíveis, estão presentes em situações que detém os
mais variados graus de complexidade. Pode-se dizer que Weber inaugurou à sua
maneira um novo conceito de estudos sociais, analisando em retrospecto os
entremeios que constroem os indivíduos para promover um estudos mais abrangente
das dinâmicas sociais, destacando-se assim notória e justificadamente no âmbito
da sociologia.
Nicole Vasconcelos Costa Oliveira
1o ano Direito Diurno
Introdução à sociologia
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