Max
Weber, sociólogo do século XX, é considerado um dos principais
representantes da sociologia moderna e possuí influência nos
núcleos: economia, filosofia, direito e religião.
Dentro
de sua teoria, um dos conceitos mais abordados é aquele que se
refere à compreensão da ação social dos indivíduos. Weber
baseia-se no individualismo metodológico, ressaltando que, toda ação
é individual e não pode ser prevista, pois cada qual age conforme
sua autonomia.
Assim,
sua teoria não é nada determinista, ao contrário de Durkheim,
afirma que o ambiente pode no máximo exercer influência sobre as
ações sociais, porém nunca determinando-as.
Após
certa ação, os caminhos percorridos e consequentes da mesma
(conexões de sentido), não podem ser previstos.
De
maneira exemplificativa, alguns filmes podem refletir a teoria
weberiana das tipologias de ação. E assim, como afirma o filme "Sr.
Ninguém" (Jaco
van Dormael, 2009): "Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível". Esse, em primeiro
lugar, demonstra certeiramente a gama de possibilidades a disposição
dos indivíduos, fortalecendo a ideia de que as ações não
necessariamente são tipificadas e se excluem, mas complementam-se
muitas vezes.
1-Ação
racional com relação a fim
"Corra
Lola Corra" – filme
de 1998,
direção de
Tom
Tykwe.
Nesta
obra, a personagem Lola deve tomar as decisões corretas para
conseguir salvar o namorado de uma ameaça de morte. O filme aborda
todas as formas para que a personagem alcance seu objetivo, colocando
em cena as consequências de cada tipo de escolha, em um movimento
retilíneo de ordem: presente-futuro-passado. A finalidade da
personagem, portanto, seria preservar a vida do namorado, e os meios
para isso são o ponto de discussão do filme; e é aí, na tomada de
decisão, que entra a discussão Weberiana.
2-Ação
racional com relação a valor
"Histórias
Cruzadas", 2011,
dirigido por Tate
Taylor,
retrata a opção de uma mulher branca, na década de 1960 (período
dos Direitos Civis nos Estados Unidos), a
construir
uma carreira em
vez de
casar, tendo, portanto, definido sua vida com relação a um valor
pessoal, ou a um
“contra-valor”
(por não ser uma escolha corriqueira no período). Outro momento que
reforça a ação racional com relação à valor é aquele que
envolve toda a trama, no
qual essa
mesma personagem decide escrever um livro sobre a vida das empregadas
domésticas pela perspectiva delas, culminando, portanto, em uma ação
racional com relação a valor: o do desejo de exponenciar a
realidade daquelas mulheres oprimidas, sem mesmos direitos que as
mulheres brancas.
3
– Ação Emocional
Um
filme que carrega ação emocional é “A vida é bela” (Roberto
Benigni.
1997).
O
enredo foca nas decisões tomada por um pai judeu, que, durante o
nazismo e todo o procedimento até o campo de concentração, tenta
esconder a realidade dos
olhos do
filho (uma criança), dizendo que tudo não passava de um jogo. As
ações são movidas, então, por uma forte carga emocional, um
sentimento de proteção e amor, dentro
da
relação pai e filho.
4-Ação
Tradicional
A obra “Abril Despedaçado” (Walter Salles, 2002) é um exemplo de ação tradicional por se passar em um ambiente em que o peso da cultura é marcante. No sertão nordestino, um jovem é motivado pelo pai a vingar a morte de seu irmão mais velho, portanto, todas as suas atitudes deveriam ser pautadas na tradição da vingança, de pagar sangue com sangue.
Afinal, um outro filme ilustrativo da gama de escolhas dos indivíduos (além de "Sr. Ninguém") é “Feitiço do Tempo” (Harold Ramis, 1993). Nessa, um homem é obrigado a reviver todos os dias um mesmo dia de sua vida, e, dessa forma, passa a fazer diferentes escolhas, de acordo com suas vontades, anseios, emoções, valores, sentimentos e finalidades.
Ana Flávia Toller - 1º Ano Direito/Diurno
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