Max Weber é um dos mais famosos expoentes da sociologia
compreensiva. Como o próprio nome sugere, essa escola busca obter um
conhecimento rigoroso, distanciando-se da metafísica e da aceitação passiva da
realidade. Weber propõe a objetividade científica pautada na subjetividade, ou
seja, ele visa analisar indivíduos diferentes em sua especificidade. Isso torna
sua filosofia extremamente atual, haja vista, o contexto atual de afirmação dos
Direitos Humanos voltados às minorias.
Reiterando a vertente “compreensiva” da concepção weberiana,
destaca-se que a ciência social, na visão do autor, objetiva entender o sentido
que o indivíduo dá a ação social, ou seja, busca compreender os valores, as
relações, as circunstâncias, nas quais os indivíduos estão inseridos que
influenciam na sua ação social em determinado momento. Nisso se encaixa a
polêmica questão da redução da maioridade penal. Em uma analogia a Durkheim,
Weber acredita que a neutralidade é de grande relevância na análise da ação
social. Trazendo para os dias atuais, por exemplo, ao examinar a questão da
maioridade penal, será que não devemos nos despir de nossos valores e
preconceitos de classe média e estudar esse assunto fora dos condomínios
fechados, dos shoppings de luxo? Será
que o senso comum ao considerar que uma simples diminuição da maioridade penal
resolveria o problema da criminalidade sem se atentar às complexas
circunstâncias que a envolvem não é
uma postura parcial e arraigada de preconceitos?
Ademais, destaca-se que Weber considera legítima a
sociologia que se propõe a compreender os fatores e sentidos que levaram o
sujeito da ação a realizá-la, portanto, para ele uma sociologia rigorosa está
longe de se pautar nas opiniões de cada um possui sobre determinado fato. Se as pessoas se atentassem para o quão válida e inovadora é essa concepção weberiana, talvez não julgariam como justos os casos
de linchamentos, que estão em crescente aumento pelo país.
Para Weber, a ação social é todo agir humano em relação a
outro indivíduo. No entanto ele refuta a compreensão marxista que coloca como a
origem e causa das todas as relações, as vinculações econômicas, uma vez, que o
filósofo acredita que as ações sociais são muito mais complexas e que essa
postura “cega” e obcecada de Marx pelas relações econômicas torna-se uma
ideologia. Isso é reafirmado, quando Weber assinala que a sociologia é a “ciência
do imponderável”, pois as ações humanas, segundo ele, possuem os mais diversos sentidos
ao se pautarem nos mais variados valores. O que torna mantém atual a obra de
Weber é o fato de ele conceber que, especificamente, o que têm relevância é o
sentido da ação do próprio sujeito que a realiza.
Por fim, se mostra de suma importância a compreensão de
Weber acerca do Direito: para ele, Direito é racionalidade, mas algumas ações
dos homens se dão no sentido de contornar isso, tendendo à irracionalidade.
Portanto, brilhantemente, Max Weber conclui que o Direito é, sim, um tipo ideal.
Victória Afonso Pastori
1º Ano-Direito Noturno
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