FRANCIS BACON: EXPERIMENTO COMO
BASE DO CONHECIMENTO
Conhecido como pioneiro da
filosofia empirista, Francis Bacon irá revolucionar a forma de obtenção de
conhecimento de sua época, para tanto, estabelece uma crítica a filosofia grega
que aplica a ciência como o exercício da mente, porém sem nenhuma aplicação prática
na conduta humana, tal como no trecho: “ (...) sua sabedoria é farta em
palavras, mas estéril em obras”. Além disso, Bacon acreditava que para Aristóteles
a experiência era escrava da razão, ou seja, as conclusões eram previamente
estabelecidas sem a consulta da natureza e do mundo empírico para sua resolução,
sendo assim, as afirmações eram feitas de maneira arbitrária. Portanto, a
filosofia tradicional não traz uma verdadeira mudança social.
Assim, Bacon acreditava na mudança
do método para se obter o conhecimento, no qual a experiência deve guiar a razão,
e não ao contrário. Dessa forma, a descoberta científica é guiada pela experimentação.
Em contrapartida, tal concepção de busca pelo conhecimento se mostraria inválida
para o racionalista Descartes, uma vez que este acreditava que as imperfeições
dos sentidos traem a razão resultando em conclusões errôneas. Porém, para
Bacon, a antecipação da mente através de analogias de eventos comuns são uma forma
de obtenção do senso comum que nem sempre trazem validade cientifica.
Com intuito de explicar os
pré-conceitos estabelecidos pela razão, Bacon irá utilizar da ideia de ídolos
que são falsas percepções que temos sobre o mundo bloqueando a mente humana de
se obter o conhecimento. Quatro ídolos irão representar tais percepções. O ídolo
da tribo que é uma característica inerente a condição humana representando a distorção
da realidade provocada pela própria mente humana. O ídolo da caverna que
representa as influências externas sobre o indivíduo, pode ser exemplificado
por suas leituras e educação que irão moldar seu modo de pensar. O ídolo do
foro que se refere a influência das associações no pensamento do indivíduo. Por
fim, o ídolo do teatro que está vinculado as representações teatrais as quais
os indivíduos estão submetidos, como postulados filosóficos.
Beatriz Palma, Direito Diurno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário