Novum Organum ao senso comum atual
Bacon, em sua obra "Novum Organum", diz existir duas vias para investigação e para a descoberta da verdade, as quais ele chama de "Antecipação da Mente" e "Interpretação da Natureza". A primeira é uma forte critica a corrente de pensamento rígido e pouco aberto às nuances da natureza, pois trata-se de um conhecimento já visto antes e impregnado pelo senso comum. Enquanto na segunda, Bacon, descreve como sendo uma via na qual os axiomas que são captados pelo sentido humano ascendem continua e gradualmente até alcançar os princípios realmente verdadeiros.
É nesse contexto que Bacon diz que a antecipação, como fundamento para o consenso, só pode ser curada levando os homens de encontro aos fatos e suas séries, a fim de que esses se sintam obrigados a renunciar às suas noções e se habituem ao trato direto das coisas. Por isso que ele defende em sua obra que o método para afastar e repelir os ídolos que bloqueiam a mente humana é através da formação de noções e axiomas pelo método indutivo, pois aqueles axiomas criados a partir da dialética são conhecimentos já existentes e que portanto tratam de generalizações abstratas e inúteis.
Contextualizando com a contemporaneidade podemos notar que existe forte culto a um molde educacional do tipo "antecipação da mente" o qual os alunos gozam de pouca liberdade, além de serem minados com conhecimentos que servem de base ao senso comum. Exatamente nessa parte que mora o perigo do modelo adotado, pois tais alunos não desenvolvem senso critico e passam a reproduzir os mesmos erros e preconceitos de seus antepassados, como diz Bacon "O intelecto humano, quando assente em uma convicção (ou por já bem aceita e
acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta para seu apoio e acordo. E ainda
que em maior número, não observa a força das instâncias contrárias, despreza-as,
ou, recorrendo a distinções, põe-nas de parte e rejeita, não sem grande e
pernicioso prejuízo".
Matheus Vital Freire dos Santos - 1º ano - Direito Noturno
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