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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os três estágios do conhecimento humano

Augusto Comte discorreu em seu texto “Curso de Filosofia Positiva” sobre aquilo que para ele era a única maneira do homem chegar ao ápice de seu desenvolvimento intelectual, a filosofia positivista. Nela, quebra-se a ideia de ciência generalizada e passa-se a observar os diversos fenômenos de forma particularizada, mas sempre com o cuidado de analisar esses fatos individuais como parte de um único fato geral.
Para Comte, durante todo o processo histórico da evolução da inteligência humana, uma “lei fundamental” se fez presente. Essa lei determina três estágios do conhecimento: O teológico, o metafísico e o positivo.
No estágio teológico todos os fatos se explicam pela intervenção contínua de agentes sobrenaturais. No estágio metafísico esses agentes naturais são substituídos por forças abstratas atribuídas à natureza. Já no estágio positivo o homem deixa de procurar entender as causas dos fenômenos e passa a tentar compreender as leis que os ligam, nesse estágio é importante conciliar a teoria e a técnica, o raciocínio e a observação.
Dentro do ideário positivista a ciência deve ser usada para combater as misérias humanas, por isso a importância de um Estado forte, para que se evitem anarquias e tais condições sejam garantidas. É importante que cada indivíduo cumpra sua função (independente de qual seja) como parte essencial de um todo, esse deve se orgulhar e contentar com seu trabalho. O positivismo para Comte cumprirá então o papel de uma ciência social, que deve alcançar o mesmo grau de perfeição das ciências naturais. Comte desejava a formação de um “homem positivo”, treinado e dedicado ao trabalho, por isso, propunha uma reforma na educação baseada na filosofia positivista.
Essa visão racionalista pode ser contestada quando a filosofia positivista é aplicada na sociedade como um todo, já que a construção de “leis lógicas” aplicáveis ao corpo social é muito mais complexa do que a compreensão das ciências naturais.
Sobre isso, no texto “Discurso sobre o espírito positivo”, Augusto Comte procura estabelecer sua filosofia positiva na prática, renunciando a fragmentação do conhecimento e valorizando uma educação universal.
Comte pretendia estender a educação positivista ao proletariado, já que, para ele, esse grupo ainda não foi “contaminado” pelos preceitos metafísicos. Para ele, só seria possível obter uma política social se essa se adequasse ao positivismo, já que só ele gera a assistência necessária.
A filosofia positivista, portanto, busca o bem estar geral através de um conformismo social, o que gera uma indagação acerca de sua real aplicação sobre a coletividade, mesmo consciente de sua constante influência nos dias de hoje.

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