A leitura proposta no currículo de sociologia das últimas semanas foi o Curso de Filosofia Positiva de Augusto Comte, escrito em 1830, contexto em que se expressavam todas as transformações oriundas da introdução do sistema capitalista e suas características, das quais certamente sobrepuja a força do mercado.
O objetivo do autor foi delinear o Positivismo capaz de reformular a sociedade, reformar a educação e formar um conhecimento uno, generalizado. Para tal, o curso esboça os estágios do conhecimento humano, os quais foram o teológico, o metafísico e finalmente o positivo. O primeiro estruturado em investigações sobrenaturais, o segundo em abstratas e o terceiro no empirismo, na fundamentação de leis naturais invariáveis e métodos previamente determinados. Este partiu das observações de autores como Bacon, Descartes, Galileu e no momento em que escreveu Comte não possuía caráter universal pois não compreendia a física social a qual deveria aplicar os mesmo métodos de fenômenos astronômicos, físicos, químicos e fisiológicos.
Cabe à filosofia positiva, segundo a ótica de Comte, a análise das lógicas dinâmicas da sociedade que possibilitam a marcha efetiva do espírito humano e os principais resultados obtidos delas são: o estabelecimento de métodos próprios; a possibilidade de reformar a educação que era ainda demasiadamente influenciada pelos estágios teológico e metafísicos, gerar às outras ciências o mesmo progresso que angariou a ciência positiva e encerrar a circunstância de crise típica de vários Estados exatamente por haver a considerada por Comte ‘anarquia intelectual’ já que se fundiam os estágios teológicos, metafísicos e positivos.
Além disso, Comte considerou na Segunda Lição de seu texto a classificação das ciências, esta conseqüência da especulação, fato de destacada importância já que permite a modificação de fenômenos ulteriores em proveito do homem a partir dos já identificados. A classificação das matérias deve ser pragmatizada através primeiro de fenômenos abstratos, gerais,ou seja, os mais simples e posteriormente por aqueles concretos que são mais específicos; não obstante, comenta também o caminho que ela deve utilizar chamado dogmático que considera a história científica de cada matéria tratada; a partir dessas considerações é que o autor concluiu ser a ordem classificatória aquela que segue a matemática, a astronomia, a física, a química, a fisiologia e a física social. Tomando como base esses escritos, é de preciosa validade analisar a contemporaneidade dos empreendimentos de Comte bem como a consubstancialização destes na luta contras as desgraças, misérias e patologias da sociedade.
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