Comte, autor que escreveu o Curso de Filosofia Positiva, considera haver crise na sociedade de seu tempo; na educação; na convergência de idéias teológicas, metafísicas e positivas que nela existem; bem como nas instituições que ela possui. Este estágio de crise somente poderia ser modificado na concepção do autor através da pragmatização da filosofia positiva que certamente encontraria resistências, as quais se eliminariam com o ensino das doutrinas e dos princípios positivos considerados na universalidade social, ou seja, com a educação que não fosse limitada a específicas classes mas que considerasse todas elas.
No contexto da formulação das idéias de Comte reinava a efetivação do capitalismo e, por conseguinte, a eminência de duas classes sociais antípodas, como o curso de filosofia positiva cita, a dos empreendedores e a dos operadores diretos,a primeira equivalente aos burgueses e a segunda aos proletários. Diante disso e partindo do princípio da educação universal, o autor afirma sobrepujar a validade da educação que se aplica aos proletários pois nestes a idéia da Tabúla Rasa de Bacon e Descartes seria realizada com propriedade; ela seria ainda tida como uma forma de lazer, respeitaria o programa social dos proletários e seria um mecanismo de eles adquirirem algum poder moral em detrimento do político que não os alcança.
No tocante a tal ensino, Comte reitera a temática já tratada na primeira e segunda lição que aborda a ordem do ensino da filosofia positiva, a qual deve realizar-se por uma classificação dogmática e histórica, bem como seguir uma ordem da abstração à concretude. Assim, tal enciclopédia seria composta pelos ensinamentos matemático-astronômico, físico-químico e biológico-sociológico, estes ainda pouco positivados.
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