No contexto da Revolução Industrial, Auguste Comte defende a união entre a ciência e a técnica e funda a sociologia sobre as bases do positivismo. Em Curso de Filosofia Positiva, são apresentados os três estágios do pensamento humano: o teológico, no qual os homens atribuíam todas as causas a um ser divino ou sobrenatural, como nos mitos e nas religiões; o metafísico, em que estas são atribuídas a forças abstratas, como a mão invisível de Adam Smith; e o positivo, considerado pelo filósofo a fase madura do pensamento, na qual se deixaria de buscar as causas originais e se investigaria as leis que regem os fenômenos - assim agiria a “física social” (mais tarde, sociologia).
A ciência teria não apenas um papel de análise dos fenômenos, mas também o de combate às misérias humanas e o de mantenedora de dois estados opostos: ordem (estática) e progresso (dinâmica). Para isso, o corpo social deveria estar saudável, com cada célula em seu devido lugar, desempenhando sua função. Tal discurso foi utilizado por diversos Estados e em diversas ocasiões. A bandeira brasileira, por exemplo, apresenta uma concepção claramente positivista com a frase “Ordem e progresso” e durante a ditadura militar o positivismo foi retomado com um Estado forte e a idéia de que manifestações como greves ou qualquer outra de oposição seriam agitações prejudiciais ao bom desempenho da sociedade.
Comte acredita que o conhecimento positivista deveria ser difundido, especialmente dentre o proletariado, ainda não influenciado pelo pensamento metafísico. Além disso, um trabalhador que conhecesse todo o processo de produção teria maior consciência de seu papel social: produzir.
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