Comte preconiza a manutenção da ordem para que o progresso social seja atingido. Para ilustrar seu pensamento pode-se usar a metáfora do corpo, em que cada célula deve cumprir sua função sem buscar subvertê-la para que o organismo funcione perfeitamente, ou também uma metáfora da gravitação universal, na qual a Terra não busca ocupar do lugar do Sol, por exemplo.
A defesa de Comte é passível de muitas críticas, a começar pela imobilidade social que praticamente estabelece uma sociedade de castas; um determinismo social que não deve ser questionado, assemelhando-se às classes sociais de Huxley em “Admirável Mundo Novo”, os Alfas, Betas e inferiores. Para Comte, os que cumprem sua função social atingem a felicidade simplesmente por terem consciência de fazer parte de um todo maior, entretanto para Huxley essa “felicidade” não era espontânea, e sim induzida, por drogas e outros métodos.
Uma sociedade puramente positivista provavelmente atingiria sim um progresso ímpar, contudo muitas liberdades e direitos humanos seriam ignorados. A função do cientista social seria profilática, evitando possíveis problemas, por exemplo garantindo as necessidades básicas de toda a população para que não hajam revoluções, e identificando “enfermidades” para que possam ser solucionadas.
Um aspecto do positivismo, porém, poderia ser defendido. Com o progresso da ciência, principalmente na área da robótica e da mecanização, cada vez mais máquinas cumpririam a função das “mãos” no corpo social, assim, cada vez menos essa função seria exercida por humanos. Assim, os Alfas serão Alfas e os Ípsilons serão Ípsilons para que no futuro os Ípsilons não sejam mais necessários e todos possam ser Alfas.
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