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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Os limites da influência positivista na atualidade

       O positivismo, como preconizava o pensador Augusto Comte, possuía como principal característica a crença na capacidade da ciência em explicar e solucionar as questões humanas de maneira que houvesse menos influência da teologia e da metafísica, como havia ocorrido nos séculos da Idade Média, por exemplo, nos quais a religião era o centro da vida das pessoas. Sob essa perspectiva, por ter sido importante no século XIX, tal corrente filosófica ainda influencia a atualidade, como pode-se perceber a partir da análise da bandeira do Brasil, na qual o lema “ordem e progresso”, grande símbolo do positivismo, está presente. 

         Entretanto, o positivismo vem sofrendo diversas críticas, visto que acredita em um certo grau de neutralidade nos estudos, o que já é corrompido a partir da escolha do objeto de análise, uma vez que os valores do pesquisador automaticamente são propagados no desenvolvimento do conhecimento e na consideração dos demais trabalhos. Tal afirmação pode ser comprovada ao ler “memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano” da Grada Kilomba, uma vez que ela evidencia a diferença entre a interpretação das ciências feitas por brancos e por negros, sendo a primeira vista como progresso científico válido e universal e a segunda observada como um ponto de vista pessoal, ou seja, uma opinião. Dessa forma, comprovou-se que a ciência não é neutra e que seus métodos não são capazes de abranger todos os aspectos da realidade, já que os problemas humanos são muito complexos e há a importância de levar em consideração as culturas das sociedades.

       Portanto, por mais que o positivismo ainda faça parte da atualidade em alguns âmbitos, especialmente na manutenção do poder nas mãos das elites, as abordagens contemporâneas são muito mais amplas e buscam uma compreensão mais complexa dos problemas dos cidadãos, levando em conta as diversas perspectivas existentes devido a etnia, gênero, classe social e outras características, o que a ciência positivista não fazia, evidenciando suas limitações em lidar com a subjetividade do indivíduo. 


Gabriela Carvalho Granero - 1° ano de direito matutino

RA: 231223757

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