O positivismo, corrente de pensamento surgida na França em meados do século XIX e cujo principal expoente foi August Comte, está presente à muito na história e simbologia do Brasil, Desde a atual bandeira nacional que traz em seu centro os escritos "Ordem e Progresso", fragmento de um lema central do ideário positivista. Esse fato se explica na história, já que os militares que efetuaram o golpe que proclamou a republica no Brasil tiveram grande influência da escola comtiana e muitos de seus idealizadores se identificavam com a corrente, por exemplo: o ministro da guerra na época do movimento Benjamin Constant.
Tomando a visão de Comte sobre a missão da sociologia de resolver a constituição revolucionária das sociedades modernas e o objetivo da sociologia positivista ser a investigação das leis gerais da sociedade, baseado no conhecimento das "leis lógicas" nos fenômenos, vemos aspectos dessa corrente se apresentando nas posições de movimentos conservadores atuais do Brasil na busca de manter a "ordem natural" da sociedade e combater aquilo que aparentemente ameace essa ordem.
Quando se observa, por exemplo, a grande repulsa de alguns grupos com relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, é uma posição que se baseia naquele pensamento, pois enxergam esse comportamento como uma ameaça ao pilar social da família, ou quando se vê o ímpeto de atacar movimentos sociais dos trabalhadores, dos negros, das mulheres e de vários outros grupos que buscam uma mudança radical na sociedade, devemos perceber que essa buscar de reprimir esses pensamentos está fundamentado no pensamento de conservar a ordem vigente e assim, garantir o progresso, já que esses movimentos abalariam os pilares que sustentam a realidade atual, especialmente no Brasil, em que a sociedade mostra um aspecto extremamente patriarcal e moralista, sendo que a questão da moral também é tratada na reflexão positivista, combater esses movimentos seria o certo a se fazer, pois eles são a subversão da ordem e a renovação da moral. Para as pessoas que pensam dessa forma a mudança ameaçaria a realidade e levaria ao caos revolucionário, portanto as coisas devem ficar como estão, para assim, conservar as relações de classes vigentes.
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