O filósofo francês Auguste
Comte, nascido no final do século XVIII, foi um importante filósofo que
contribuiu para o desenvolvimento de uma nova ciência que na atualidade é
conhecida como sociologia. Em sua época, as grandes ciências eram em grande maioria da área de exatas (matemática,
física, astronomia), mas segundo
Comte, a existência de uma ciência que tivesse como objeto de estudo a
sociedade era tão necessária quanto a existência das ciências já existentes na
época. Dessa forma, o autor francês desenvolve
sua teoria em que existiria uma “física social” responsável por compreender a
sociedade e suas relações.
Por ter
vivido em um contexto histórico em que as ideias iluministas estavam em
decadência e o cientificismo ganhando destaque, Comte, influenciado pelo
cientificismo, acreditava que o conhecimento científico seria a única forma de
conhecimento real. Assim, ele desenvolveu sua principal teoria, juntamente com
outros filósofos que ajudaram a aperfeiçoá-la, o positivismo. Seu lema era “o amor por principio, ordem por meio e progresso por fim”
e tinha como metodologia a observação dos fenômenos. Outra ideia importante da
teoria comtiana é a “Lei dos Três Estados”, Teológico (estado no qual as
pessoas acreditam em seres sobrenaturais), Metafísico (estado no qual o senso
comum explicaria os fenômenos) e Positivo (estado no qual a ciência é vista
como verdade absoluta).
O
positivismo, que ganha influencia mundial, acaba chegando ao Brasil e influenciando
até mesmo na formação da bandeira nacional, com parte de seu lema “ordem e
progresso”. Posteriormente, mas com menos intensidade, o positivismo continua
influenciando na política brasileira, como nos tempos da Primeira República,
visto que o primeiro presidente do Brasil tinha fortes influencias positivistas.
Ainda no século XXI, é possível reconhecer traços remanescentes do engajamento
positivista original presentes na sociedade atual. Como na pandemia de COVID
19, em 2020, com a fala do próprio ex-presidente, afirmando que uma gripezinha
não poderia impedir o país de continuar movimentando sua economia plenamente,
como se não houvesse pessoas adoecendo, assim fica explícito que a “ordem e o
progresso” estariam acima do bem estar da população.
Com
isso, fica evidente a forma como o positivismo se faz presente na atualidade,
valorizando somente a “ordem e progresso” desvalorizando o “amor “ por
princípio, pontuado por Comte, contribuindo, assim, para a manutenção do poder
de forma hierárquica e movimentos extremistas.
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