Narciso, jovem caçador fascinado pela própria beleza, passava inúmeras horas admirando sua imagem refletida no lago. Um dia, ao tentar se aproximar demais da água para se admirar mais nitidamente, caiu e morreu afogado. O mito grego pode ser associado ao comportamento individualista da sociedade contemporânea, de forma que nota-se uma exagerada autocontemplação e individualidade acompanhadas da ausência de alteridade pelos indivíduos que a compõem. No entanto, ao contrário da contemporaneidade, o sociólogo estadunidense Wright Mills ratifica em seus textos a importância do pensar coletivamente e, sabendo da influência e da contribuição de seus trabalhos para com o estudo do direito como ciência, afirma-se que o estudo do direito tem como papel o de observar a sociedade e seu meio, enxergando-os como uma parte de um longo processo sociológico.
Em sua obra “Imaginação Sociológica”, Mills argumenta que a análise do indivíduo como parte intrínseca de uma sociedade capacita o estudioso a compreender o cenário histórico de forma mais ampla, já que o coletivo tem a capacidade de alterar a história a partir de constantes transformações que sofrem e proporcionam ao mundo. A partir disso, percebe-se que um dos objetivos de Mills ao formular suas ideias era evitar o pensamento limitado do senso comum e apontar a importância da racionalidade perante a observação da realidade, para que assim os indivíduos possam questionar os problemas sociais presentes em seu contexto. Assim, conclui-se que o direito pode ser visto como um instrumento de análise da sociedade e de suas questões, contribuindo, assim, para com a ruptura da individualidade e da valorização dos valores particulares dos indivíduos, fatores que prejudicam a vida coletiva e moldam de forma negativa a história humana, dando lugar a uma linha de pensamento de caráter coletivo, englobando as questões públicas vigentes.
Ademais, a ciência moderna surge trazendo consigo a ideia da metodologia científica, conceito que busca validar os conhecimentos adquiridos pelos homens a partir da superação da superstição e do mágico. Nesse viés, vale citar René Descartes e Francis Bacon, dois autores contribuintes para com tal vertente de estudo. Suas teorias definem a importância da adesão do método para o alcance da ciência, método esse que inclui as etapas de observação e experimentação, a partir das quais os indivíduos seriam capazes de chegar ao “conhecimento verdadeiro”. A partir da adoção de tal método, as teses formuladas e apresentadas receberiam uma validação da ciência mais precisa, agora que melhor sistematizada a partir dos conceitos da ciência moderna de Bacon e Descartes.
Em suma, o direito auxilia o homem a enxergar que o individualismo é prejudicial ao ser humano já que, por viver em sociedade, é necessário que se adapte à vida coletiva. Logo, a ciência do direito entra em cena ao agir como uma ferramenta de transformação ao tornar nítido para quem o estuda a importância de analisar a sociedade de forma mais ampla, a fim de contribuir de forma positiva para com a história humana.
Larissa Libardi Jorge
1° ano Direito- Noturno
RA: 231220189
oiiiiii linda
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