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domingo, 26 de março de 2023

 

Vivemos na era da informação?

Na contemporaneidade, principalmente com a criação dos ambientes virtuais, vivemos um período de constante disseminação de informações e amplo acesso a elas de forma rápida. No entanto, essa rapidez e a própria forma de se informar, pelas redes sociais por exemplo, tornam o conhecimento extremamente superficial, de forma que a maioria das pessoas não busca entender a fundo os assuntos ou questioná-los, e se conforma com os retalhos de informação recebidos. Desse modo, apesar da facilidade de acesso ao conhecimento, os indivíduos são limitados a enxergar apenas sua vida privada e não compreendem plenamente a conexão entre seus âmbitos privados e a sociedade, de modo que a imaginação sociológica de Wright Mills é extremamente importante para que haja uma melhor compreensão da realidade pelas pessoas, que possam assim se tornar mais empáticas e mais ativas na construção de uma sociedade melhor.

Primeiramente, as redes sociais contribuem para manter as falsas percepções sobre o mundo, uma vez que os algoritmos criam “bolhas”, mostram ao usuário apenas aquilo que ele se interessa e que concorda para mantê-lo mais tempo conectado na plataforma. Nesse sentido, essa restrição de outros conteúdos limita ainda mais os horizontes já estreitos, além de contribuir para solidificar falsas visões, especialmente por conta das Fake News, que se espalham facilmente por essas redes e são creditadas por muitos como verdades, pois elas possuem o mesmo viés ideológico e concordam com ideias incompletas e pré-estabelecidas no ideário íntimo pessoal.  Dessa maneira, o período histórico atual é chamado frequentemente de “era da informação”, mas ao questionar a qualidade e o alcance desse conhecimento nos deparamos mais com uma era da desinformação e da indiferença, na qual cada um vive apenas em sua bolha particular sem enxergar ao outro e as vezes até sem entender a si mesmo.

Assim, ao analisar esse cenário, é perceptível a necessidade de uma ciência do Direito possuidora de imaginação sociológica, que consiga sair de sua própria bolha e formar, além de operadores do direito, juristas capazes de enxergar com lucidez a sociedade e as mazelas sociais e que ao menos tentem agir de forma empática para com o outro, criando uma relação de alteridade entre as pessoas. Dessa forma, uma interpretação da visão de Descartes sobre a ciência se faz necessária, já que é preciso certa racionalidade para compreender além de suas próprias experiências e tentar por meio da razão se colocar na situação do próximo e melhorá-la. Portanto, o jurista precisa ser crítico, entender a complexidade social e as dificuldades de atuar na era da desinformação, para que assim consiga usar de sua imaginação sociológica, de forma a transformar ou não essa realidade em busca do bem comum.

 Maria Eduarda Bergamasco Graciano 1° ano Direito Matutino

RA: 231224125 

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