Como
ponto de partida para o entendimento do texto, Marx nos explica e explicita a
diferença dentro dos meios de produção. No que diz respeito às maquinarias,
entendemos que a máquina é assim chamada por não possuir uma força motriz
oriunda de esforços humanos, enquanto a ferramenta, outro muito utilizado meio
de produção, diferencia-se da primeira por funcionar a partir do homem como
força motriz. Desse entendimento, evoluamos a interpretação. Com o advento da
Revolução Industrial temos um nítido desenvolvimento científico no sentido de
construção de máquinas e elaboração de projetos que visavam um avanço cada vez
maior dentro da cadeia de produção, culminando com um avanço cada vez mais
largo dos lucros e, de acordo com Marx, da mais valia, no entanto, temos um
segundo lado, a deterioração da relação homem-trabalho.
Uma
leitura um pouco irônica cabe nessa “ode” à não tão revolucionária Revolução
Industrial. Antes desse desenvolvimento desenfreado do nascimento das máquinas,
no artesanato - até mesmo na manufatura - o homem era portador da força motriz
de sua pequena ferramenta. Assim, poderia confeccionar seus objetos, de sua
família e alguns objetos destinados ao comércio, para a obtenção de moeda que,
mais tarde, seria utilizada para a compra de alimentos e afins que o núcleo familiar
precisasse. Com a entrada das máquinas, vemos que essas passaram a fazer
exatamente a mesma coisa que homem já fazia. O martelo continuava batendo no
prego, a manivela rodando o moinho e a lã sendo tecida. A diferença dessas
realidades encontra-se na força motriz, ou seja, se antes a força motriz
utilizada era o homem, animal, ou forças da natureza – como vento, água, etc. -
agora era a máquina e é nisso que se fundamenta a tão louvada “revolução”. Em
essência, de nada muda o produto, apenas sua quantidade e seu tempo de
confecção. A leitura irônica encontra-se justamente nesse ponto de termos
“Revolução” como nome de um período que nada mudou a realidade de produtos,
mas, inegavelmente, mudou a realidade só ser humano. Mas não para melhor.
É
correto pensar que antes da máquina o homem, por ser dono de seu tempo, ser
dono de sua ferramenta e, principalmente de suas escolhas, controlava a
manufatura dos produtos. Após a Revolução Industrial temos uma nova adaptação.
O homem passa a ser controlado, nítida e diretamente pela máquina. Sua
velocidade deve servir à velocidade das esteiras que passam incessantemente,,
os pregos devem ser pregados num ritmo certo e sem erros. A manufatura dos
produtos que passa a controlar o homem, mesmo ele já não tendo primordial papel
nesse processo por não ser mais a força motriz.
Analisando
a parte “otimista” desse avanço industrial e evitando tocar, nesse momento, em
repercussões e consequências sociais, podemos concluir, de maneira positiva,
que de fato a produção aumentou, melhorou e otimizou. Essas novas máquinas,
chamadas por Marx de maquinas-ferramentas – por não serem geridas pela força
motriz humana e possuir, como parte de sua competência, a ferramenta utilizada,
antes da Revolução Industrial, pelo homem somente – são agora, com o encaminhar
dos avanços, autossuficientes no sentido de serem, basicamente, autogeradas, ou
seja, automáticas. Inevitável reconhecer o avanço industrial presente nessa
breve análise.
Entrando, agora, numa
interpretação das consequências sociais, os avanços industriais repercutiram de
maneira muitíssimo negativa nas vidas dos trabalhadores que acabaram virando
escravos das máquinas e de seus detentores, que, numa ânsia de adquirirem
infinitos lucros, acabam por usurpar, muitas vezes o controle pessoal de cada
mão de obra considerada “não-pensante” das fábricas. Os núcleos familiares
passaram a ser considerados “úteis” no sentido de que seu tamanho influenciava
direta e infelizmente na obtenção do salário ao final de um ciclo fabril/febril
de trabalho. Por não ser necessário o porte físico forte como utilização de
força motriz das novas máquinas, mulheres e crianças também passaram a ser
utilizadas nas jornadas de trabalho de duravam do nascer ao pôr-do-sol. Disso
temos um desenvolvimento insustentável e constante que perdura e tem seus
reflexos nos nossos tempos da destruição sociedade, seus valores, virtudes e
núcleos, sejam profissionais, de amizade, mas, principalmente, familiares.
GRUPO: Dalisa Aniceto, Juliana Galina, Lucas Barosi e Victória Iori
GRUPO: Dalisa Aniceto, Juliana Galina, Lucas Barosi e Victória Iori
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