Durante séculos o homem desenvolveu meios que o permitissem
dominar a natureza, meios esses que caracterizaram o seu trabalho. O simples
fato de realizar uma atividade que propiciasse o seu sustento e desenvolvimento
o diferenciaram dos outros animais, pois estes agem por instinto. O trabalho
desta maneira deu ao homem subsídios para que dominasse o meio natural, até o
aparecimento da maquinaria.
Enquanto o homem era “dono dos seus próprios meios”, através
da manufatura, via em seu trabalho um fim, um produto em que se reconhecia. No entanto,
os séculos XVIII e XIX são marcados pelo desenvolvimento de máquinas, uma
ruptura com as ferramentas manufatureiras e uma divisão entre o dono dos meios
de produção e o trabalhador. As consequências da Revolução são sentidas
inclusive no conceito de tempo. Se antes o homem agia de acordo com as
determinações naturais, identificando o tempo através do sol, de astros, ou
ainda realizando seu trabalho no ritmo da natureza, era possível, a partir
deste momento, “controlar” o tempo, realizar atividades cada vez mais numerosas
em um tempo cada vez mais curto. Mera ilusão, a máquina domina o tempo. Deste
modo o tempo passa a não mais ser controlado pelo homem, mas sim pela máquina.
Ou seja, torna-se um meio, não mais um fim.
Assim como um animal de tração, o homem faz um trabalho já
previamente definido, sem espaço para o uso de sua criatividade, em um ritmo
definido pela máquina e acelerado pelo detentor do meio de produção, que visa o
lucro. Daí o estranhamento do homem e seu produto, aquele não tem mais a
faculdade de criar, a partir do próprio esforço, o seu produto, muitas vezes
ele não tem nem acesso ao fruto de seu trabalho. O homem que tem uma importante
função em uma linha de produção de carros, não gera renda o suficiente para
comprar sequer uma única unidade do próprio produto.
Destarte , o trabalho é a essência do homem , responsável
por diferenciá-lo dos outros animais ,porém a máquina inserida no meio
capitalista acabou por subtrair esta essência causando um abalo no
autoconhecimento do ser humano. A natureza cria o homem , o homem domina a
natureza , o homem cria a máquina , a máquina domina o homem, a máquina cria o
homem.
Grupo responsável: Angelo Caberlin, Júlio Fujioka, Karina Lima, Lucas Degrande e Lucas Sato Gamez.
Tema: A técnica diante das determinações orgânico-naturais
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