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domingo, 27 de maio de 2012

Preço do sossego

"Neste mundo é mais rico, o que mais rapa / quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa/ quem menos falar pode, mais increpa / quem dinheiro tiver, pode ser Papa”
Gregório de Matos, adaptação por Zeca Baleiro


Grandiosa é toda a tecnologia que possuímos hoje, e que se desenvolve cada vez mais a cada segundo. Notável é o nível de produção que o homem alcançou nos últimos séculos, possibilitando uma vida cada vez mais confortável. Podemos sim dizer que esses avanços na humanidade são frutos do capitalismo, alcançados devido às necessidades do mercado e a constante competição. Porém, ao mesmo tempo que carrega a abundância como um de seus preceitos, essa mesma só pode ser usufruída por uma pequena parcela. O sistema carrega dentro de si a riqueza de uma classe em favor da miséria de outras.
Ele se mantém devido à força de trabalho operária, que põe as máquinas em movimento. Antes, o trabalho que era feito artesanalmente, cada um com suas ferramentas, aliando produção ao aprendizado, agora, é explorado pelo detentor dos meios de produção. Estes, pertencendo a um único dono, possibilitam uma grande divisão do trabalho, que afasta cada vez mais o produto final de quem realmente o fabrica. Dessa forma o trabalho é explorado em grande escala, pois o operário, alienado, é incapaz de perceber que parte realmente o cabe, e todo o trabalho que não lhe será pago torna-se lucro do patrão.
O sistema é opressor e se sustenta no abuso de outrem, subjugando a maior parte da população, que não pode gozar de seus frutos. Ele deverá então ser superado, não abalando totalmente sua estrutura, mas adaptando-a à um novo sistema mais igualitário. Os meios de produção deverão ser tornar de proveito de todas as classes. A abundância será repartida por todos, assim como a tecnologia também será utilizada para o bem geral, garantindo o conforto e bem-estar. Deve-se inverter o paradigma atual de Produção, pelo de Humanidade.


Zeca Baleiro - Eu Despedi o Meu Patrão

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