Houve um tempo
no qual a classe daqueles que trabalhavam arduamente para sustentar as outras
duas não era valorizada. Essa classe exigiu de início maiores vantagens, e
conseguiu, em troca de outros favores, certos privilégios. Basicamente, essa
foi a burguesia antes da Revolução Francesa (1789), sem prestígio social e
dependendo de acordos econômicos e políticos com o Rei e a nobreza. A
Revolução, apesar de suas várias fases de liderança, engrenou a burguesia nos
ditos e não ditos do país, e afirmou a auto confiança burguesa.
Século XIX,
quando o mundo já estava aos moldes do capitalismo, o poder da burguesia tinha
função essencial na economia do país, já que era dona dos meios de produção e
aquela que comercializava interna e externamente. Inevitavelmente, os países
adeptos dessa conduta cresceram, desenvolveram-se muito economicamente e
politicamente, mas grande parte da população, a miserável, vivia sob péssimas
condições, explorada por um sistema que não lhe dava saída se não trabalhar
muito em troca de muito pouco. É baseado nessa realidade que Engels exemplifica
a mais-valia, ou seja, o lucro produzido pelo trabalhador e absorvido pela
burguesia. Consequentemente, a desigualdade social e econômica aumentou, e o
lucro excessivo permaneceu nas mãos de uma parcela pequena da sociedade.
O homem,
segundo Engels, saiu do reino animal e se tornou senhor consciente e efetivo da
natureza, o poder concentrou-se na arte de transformar a natureza. As
desigualdades, a hegemonia, talvez não seriam vencidas se o socialismo tivesse
sobressaído no final da “luta de classes”, afinal, o socialismo seria
concretizado no poder pela nova classe dominante, o proletariado. Seria o fim
das desigualdades? Da dominação? Acredito que não...
Ao final, o
que importa, independente do sistema em que se vive, é se o bem estar está
sendo proporcionado à nação. Os lucros são de extrema importância para se
aprimorar a produção e a infraestrutura, mas o reajuste de salário também é um
investimento; a economia em crescimento, o descobrimento do pré-sal, são de
extrema importância, mas uma boa e significativa porcentagem desses lucros
destinada à educação, à saúde, ao social, é mais glorioso ainda. É custoso de
início, é demorado e complicado, porém a melhor forma de crescimento e
desenvolvimento é aquela que abrange toda a nação, ou que pelo menos visa ao
bem estar social dela; não aquela que foca apenas na economia de mercado
mundial.
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