Presente em toda a obra de Friedrich Engels, o Materialismo Dialético é o fruto da confrontação de ideias contraditórias. Assim, quando postas em contato, tese e antítese geram uma síntese. Esta síntese, por sua vez, torna-se uma nova tese a partir do momento em que se choca com ideias contrárias às suas. Apesar de aparentemente abstrato, o Materialismo Dialético é facilmente identificável tanto historicamente quanto cotidianamente.
Um exemplo histórico pode ser encontrado na Revolução Francesa. A França absolutista (tese) era marcada pelo total descaso para com o Terceiro Estado, o qual, além de ser o único a pagar impostos, possuia péssimas condições de vida. A situação de injustiça social ocasionou um sentimento de indignação no povo, que, sentindo-se explorado, foi às ruas e, incentivado e financiado pela burguesia, concretizou a revolução (antítese). Com o fim dos privilégios da nobreza, o povo ganhou o direito de maior participação política e melhorias na qualidade de vida (síntese). Surge, porém, uma nova classe privilegiada: a burguesia. Existiam, no entanto, diferenças ideológicas dentro dessa mesma classe, disparidades essas que causaram a segmentação da própria burguesia e que podem ser vistas como novas teses e antíteses a partir de uma síntese.
No cotidiano, o Materialismo Dialético pode ser encontrado de forma menos complexa, como em debates e críticas.
Assim, pode-se inferir que a necessidade por transformação é uma característica essencialmente humana. A dúvida sobre a qual ainda é preciso refletir é se homem está caminhando em direção à síntese final, aquela à qual seria desnecessária qualquer oposição. Provavelmente esse ainda é um futuro muito distante.
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