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sábado, 18 de junho de 2022

 MEDEIA & INÊS PEREIRA EM MARX

a Máquina do Mundo trabalha constantemente usando a força de Carlitos!

carolina (não tem capital suficiente para ser chamada pelo pomposo “Senhora” nem mesmo se fosse parente de Alencar ou a própria “nova estrela fluminense” ou que o “c” de seu nome seja MAIÚSCULO) vê a torta de chocolate bávaro que fez pela manhã na cozinha da Confeitaria Colombo, mas não pode comprá-laé a torta ou a conta de luz (como as crianças vão fazer o dever no escuro?)

quando ela passa no cruzamento da Ipiranga com a avenida São João,

vê um cartaz do Pê Cê Bê com uma mulher apontando o dedo para ela e dizendo: Eu quero você para a Revolução!

“que pena...”, pensa carolina, “fraquinha e esquálida”, igual ao fantasma de Stálin, “do jeito que eu tô, mal vô conseguir segurar uma AK-47, quem dirá matar um fascista”.

IOANNES, “[sentado] no chão da capital do país às cinco horas (o que é mentira, pois são (pois não vivem, apenas existem) apenas quatro e vinte e sete) da tarde”, como diria minha mãe vestida de Dá-me Judi Dench, anseia por pele de homem. “estou farto de semideuses”. “Haverá homem real como Maquiavel neste mundo? Ou todos não passam de idealizações hegelianas?”

A História, não a estória, acabou. From now on, tout será reuso da coleção outono-inverno passada. adeus à originalidade.

Un Certain Penseur prussiano, do qual não será dito o nome, mas é provável que habite os piores pesadelos do Presidente da República, defende que os homens passam a ser diferentes dos animais quando aqueles começam a produzir seus meios de existência. Maior disparate nunca foi dito antes. A Verdade, quanta epistemologia, é que os animais demonstram humanidade para com os outros, enquanto los hombres, não. Eis a diferença.

(...)

Astrud é filha de banqueiro. Foi criada por babás alemãs e estudou em colégio francês. Toca “A Primavera” no piano, como toda boa menina, e declama alguns sonetos de Shakespeare que aprendeu, com a tia Mariana, durante sua estadia na Inglaterra. Quando as eleições chegaram e as mulheres puderem finalmente votar (um presente de Getúlio), o orgulho (pecado ou virtude?) do banqueiro (personagem-tipo, não precisa de nome, qualquer um serve) se viu entre o populista de esquerda que daria carros pro proletariado e o demagogo de direita que ia privatizar as estatais. Alguns diriam que a escolha de Astrud seria facilmente previsível, filha do velho dinheiro, votaria sem nenhuma dúvida no demagogo já que a realidade determina a consciência, neste caso, a política. Ledo engano. Astrud se jogou do último andar da Torre Jacarandá. Não votou em ninguém. Fará parte do necrológio do Estado de S. Paulo de amanhã.




Aluno: Thiago Ozan Cuglieri

Curso/Período: Direito/Noturno

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