O marxismo é uma ideologia extremamente necessária para os tempos atuais, ao contrario do que muitos pensam, esta não morreu com a derrocada da união soviética, a defesa dos trabalhadores ainda é um tema em pauta no mundo todo, especialmente neste nosso mundo globalizado onde as relações são sobrepostas sobre o capital e os direitos são constantemente perdidos.
O trabalhador pode pensar que livrou-se de suas correntes, porém, as correntes nunca estiveram tão apertadas, as relações de trabalho são ainda um motor capitalista, o desejo de abolir qualquer barreira social, que o capital possui, ainda está em pauta. No Brasil, uma prova disso é a atual reforma trabalhista, que subverteu o trabalhador em um instrumento do patrão, flexibilizando de tal forma as relações que o trabalho, como é uma necessidade, torna-se ainda mais objeto de disputa entre os próprios trabalhadores, gerando o sonho dos grandes empresários que é que as disputas entre estes aumentem provocando uma dificuldade maior para a organização de sindicatos ou grupos que lutem por direitos trabalhistas.
A sociedade capitalista, tal como as sociedades que habitam as grandes distopias, utiliza de formas de controle, de acomodação, para que a luta seja inviável e que a empatia não seja exaltada de forma escancarada, que a alienação torne-se a corrente que segura e prende a todos. Para finalizar, uma poesia do heterônimo engenheiro Álvaro de Campos:
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical —
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força —
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem,
Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma.
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
NOME: KAIKE DE SOUSA DA SILVA RA: 221220641
DIREITO NOTURNO
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