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segunda-feira, 9 de maio de 2022

O positivismo militarista

     É notável como o positivismo influencia e influenciou a visão militar desde o fim da guerra do Paraguai, a busca de uma legalidade para fazer coisas ilegais tornou-se o principal desejo do exercito brasileiro, em seu amago, a busca de uma justificativa, mesmo que desnecessária, já que estes detém a força e a sua ação será tomada de qualquer modo, é um ponto principal do inconsciente destes. 

   Um exemplo desta afirmação está no inicio da ditadura militar, queriam tirar o presidente e tomar o poder, mas não podiam tomar essa decisão simplesmente, por isso abriram primeiramente um  parlamentarismo, tendo como intuito a diminuição dos poderes do presidente, depois, com os militares vendo a ineficácia de suas ações mitigantes, ocorreu a cassação do mandato de Jango por parte do congresso e por meio do voto de muitos políticos famosos daquele tempo, como Kubitschek e Carlos Lacerda. Assumindo, após tais fatos, Ranieri Mazzilli, e posteriormente a eleição indireta para presidente entre Mazzilli e Castelo branco, tendo por vencer este ultimo. 

    Analisando tais fatos, e comparando a ditadura brasileira com a argentina, notamos que ela esteve sempre a procura de algum sinal de legalidade, mesmo que este sinal não faça muita diferença, para o pensamento positivista, estar amparado pela legalidade seria estar correto, até mesmo alguns processos de presos políticos tiveram tramite, diferente do que ocorreu em outras ditaduras da América do Sul e central. Outro fato do pensamento positivista presente no ideal militar é a ideia de superioridade, de noções pré estabelecidas sobre oque seja certo e o que seja errado, uma visão que torna o diferente como algo inferior, algo a ser modificado para a evolução da sociedade, não abrindo oportunidades para o dialogo, fechando-se em uma bolha de certezas, Shakespeare, mesmo não tendo conhecido o positivismo, em Hamlet, possui uma frase que ataque esse pensamento cego e totalitário, esta frase é:" eu poderia viver recluso numa casca de noz e julgar-me rei do espaço finito, mas prefiro enxergar com as lentes que corrigem a miopia, e mesmo sabendo não ser um rei, sei que qualquer lugar fora da casca de noz é melhor do que ao lado de um rei miope dentro dela"

    Portanto, encerro com uma poesia de Paul Eluard que faz uma referência à liberdade: 

Sur mes cahiers d’écolier
Sur mon pupitre et les arbres
Sur le sable sur la neige
J’écris ton nom

Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J’écris ton nom

Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J’écris ton nom

Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l’écho de mon enfance
J’écris ton nom

Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J’écris ton nom

Sur tous mes chiffons d’azur
Sur l’étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J’écris ton nom

Sur les champs sur l’horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J’écris ton nom

Sur chaque bouffée d’aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J’écris ton nom

Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l’orage
Sur la pluie épaisse et fade
J’écris ton nom

Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J’écris ton nom

Sur les sentiers éveillés
Sur les routes déployées
Sur les places qui débordent
J’écris ton nom

Sur le fruit coupé en deux
Du miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J’écris ton nom

Sur le tremplin de ma porte
Sur les objets familiers
Sur le flot du feu béni
J’écris ton nom

Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J’écris ton nom

Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J’écris ton nom

Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J’écris ton nom

Sur l’absence sans désir
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J’écris ton nom

Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l’espoir sans souvenir
J’écris ton nom

Et par le pouvoir d’un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer

Liberté.

NOME: Kaike de Sousa da Silva

RA: 221220641                                                TURMA: DIREITO NOTURNO

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